O botão “Atividades”, um elemento constante na interface do ambiente de trabalho GNOME desde a sua versão 3, tornou-se uma marca registrada para muitos usuários do sistema operacional Linux.
Contudo, a chegada do GNOME 45 trouxe consigo uma mudança notável: o antigo botão foi substituído por um novo indicador de atividades, marcando uma evolução na interação com o sistema. Vamos analisar o significado dessa alteração e como podemos tirar o máximo proveito dessa nova funcionalidade.
A Descontinuação do Termo “Atividades”
O termo “Atividades”, antes estático, não oferecia uma compreensão clara de sua função. O que seria exatamente uma “atividade”? Estudos realizados pelo GNOME, com foco em feedback de usuários e testes de usabilidade, revelaram que muitos consideravam esse rótulo impreciso e vago.
Clicar no botão “Atividades” levava à “Visão Geral das Atividades”. Uma vez que esse objetivo era aprendido, a necessidade de ler o termo “Atividades” desaparecia. Muitos usuários, inclusive, preferiam utilizar atalhos de teclado ou mover o cursor para o canto superior direito, em vez de interagir diretamente com o botão.
A “Visão Geral das Atividades” é o ponto de partida para iniciar aplicações, e o ato de abrir um programa é a primeira etapa para realizar quase qualquer tarefa. Os desenvolvedores do GNOME perceberam a necessidade de aperfeiçoar essa área da experiência do usuário. Após várias iterações e experimentações, surgiu o novo indicador de atividades.
O Funcionamento do Indicador de Atividades
O indicador de atividades abandona o rótulo textual e passa a depender exclusivamente de ícones para fornecer informações. Ele é representado por uma série de pontos, onde um se destaca por ser mais largo. Essa nova representação não apenas dá acesso à visão geral, mas também transmite informações de forma ágil, além de adicionar novas funcionalidades.
1. Representação dos Espaços de Trabalho Ativos
Ao contrário de outros ambientes de trabalho, o GNOME não possui uma barra de tarefas ou dock. Isso significa que as janelas não possuem o botão “minimizar”. Em vez disso, o sistema incentiva o usuário a organizar suas janelas em espaços de trabalho, que podem ser entendidos como áreas de trabalho virtuais, de forma semelhante ao que ocorre no Windows.
Nas versões anteriores ao GNOME 45, era necessário acessar a Visão Geral das Atividades para verificar quantos espaços de trabalho estavam disponíveis. O novo indicador resolve essa questão, exibindo um ponto no canto superior esquerdo da tela para cada espaço de trabalho aberto. Por exemplo, se o usuário estiver utilizando quatro espaços de trabalho, quatro pontos serão exibidos.
Um dos pontos se destaca dos demais por ser mais largo. Ele representa o espaço de trabalho que está sendo utilizado no momento. Essa diferenciação visual ajuda o usuário a identificar rapidamente quantos espaços de trabalho estão em uso, e qual deles está ativo. Assim, o indicador de atividades passa a ser uma ferramenta que informa sobre o status dos espaços de trabalho e o posicionamento do usuário nesse contexto.
2. Alternância de Espaços de Trabalho Através da Rolagem
A alternância entre os espaços de trabalho ativos pode ser realizada ao posicionar o cursor do mouse sobre o indicador e utilizar a roda de rolagem (ou gesto equivalente em um touchpad). Essa funcionalidade é especialmente útil para quem utiliza o GNOME em um computador desktop.
Usuários de notebooks podem alternar rapidamente entre espaços de trabalho deslizando três dedos para a esquerda ou para a direita em qualquer parte da tela. O acesso ao indicador de espaço de trabalho pode não ser tão imediato, mas é próximo. Além disso, há sempre a opção de utilizar um atalho de teclado. Por padrão, os atalhos são Ctrl + Alt + Seta para a esquerda ou direita.
Com a chegada do indicador de espaço de trabalho, o GNOME também removeu outra parte de sua interface que existia desde a versão 3.0, lançada em 2011. O menu de aplicações que aparecia ao lado do botão “Atividades” não está mais visível.
Esse menu tinha duas funções: indicar qual janela estava em foco e servir como um substituto para a barra de menu tradicional, onde era possível acessar opções específicas. A segunda função não se popularizou, e a maioria dos aplicativos a utilizava para fornecer acesso rápido a uma página de informações do programa ou a um botão “Sair”.
No GNOME 45, o indicador da área de trabalho fica no canto superior esquerdo da tela, sozinho. Não é mais necessário instalar uma extensão para remover o menu de aplicativos. No entanto, outras extensões podem complementar a experiência no GNOME.
A Novidade do Indicador de Espaço de Trabalho
Visualmente, essa é uma das primeiras mudanças que um usuário do GNOME notará ao experimentar o GNOME 45 pela primeira vez. No entanto, esse botão não é algo inédito. O indicador de atividades se assemelha ao widget de desktop virtual presente em versões mais antigas do GNOME, bem como nos ambientes MATE, Xfce, KDE Plasma, entre outros desktops Linux.
Há, também, um indicador de área de trabalho virtual na parte inferior do GNOME Classic, embora esse possua um número fixo de desktops por padrão.
O que é antigo torna-se novo novamente. Para os usuários mais experientes do Linux, essa mudança pode representar o retorno de uma funcionalidade apreciada em suas antigas áreas de trabalho GNOME.