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Em tempos idos, a internet era vista como um espaço livre e aberto. Essa percepção, no entanto, tem sido questionada nos últimos cinco anos. Temos consciência de que órgãos governamentais e serviços de segurança estrangeiros podem estar monitorando nossos passos, nossas ações e nossas interações. Sabemos que grandes corporações rastreiam rotineiramente nossas atividades ao utilizarmos seus serviços e que nem sempre temos controle sobre o uso dessas informações – ou sobre quem tem acesso a elas. Podemos residir ou visitar países que impõem restrições a determinados serviços e censuram conteúdo, ou talvez desejemos utilizar plataformas de streaming que ofereçam uma variedade maior de conteúdo em outros territórios. Ao acessarmos a internet por meio de redes Wi-Fi públicas, sempre corremos o risco de sermos alvos de espionagem.
Ao empregarmos uma VPN, temos a possibilidade de superar esses controles e limitações. Podemos ocultar nossa localização e romper os vínculos de endereço IP que associam nossas atividades online a um local específico. Podemos camuflar nossas atividades, dificultando seu registro ou monitoramento. Podemos substituir nossa localização real por uma diferente, o que nos permite visualizar conteúdos censurados, acessar serviços bloqueados ou usar serviços de streaming como se estivéssemos em um território diferente. Embora uma VPN não seja uma garantia de privacidade – e muito menos de anonimato –, ela se apresenta como uma das ferramentas mais eficazes para preservá-la.
O que é precisamente uma VPN?
VPN significa Rede Privada Virtual e, em sua essência, é um mecanismo para expandir uma rede privada por meio de uma ou mais redes públicas (como a internet), de modo que você possa enviar e receber dados de forma segura, como se estivesse fisicamente conectado à rede privada. Se alguém menciona se conectar à VPN de sua empresa, por exemplo, isso significa que tem um meio seguro de se conectar à rede corporativa como se estivesse sentado no escritório. Todos os dados transmitidos são protegidos e criptografados, dificultando a interceptação por pessoas de fora.
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Os serviços de VPN, entretanto, assumem um significado ligeiramente distinto. Aqui, você está empregando o mesmo método fundamental para criar uma conexão segura entre seu dispositivo ou computador e servidores pertencentes ao provedor de VPN. Todo o seu tráfego de rede passa por essa conexão, de modo que ninguém pode visualizá-lo até que ele saia do servidor VPN e entre na internet pública. Isso gera dois efeitos. Primeiro, preserva a privacidade de suas atividades e comunicações. Nem mesmo seu provedor de internet pode ver ou registrar o que você está fazendo. Em segundo lugar, ele oculta sua localização – protegendo assim sua identidade – ao simular que você está onde o servidor está localizado. Você pode residir em Lisboa, mas parecer que está se conectando a partir de Tóquio, Nova York ou Rio de Janeiro. Apenas você e seu provedor de VPN saberão com certeza.
Por que usar uma VPN é vantajoso?
Muitas pessoas se sentem confortáveis com a ideia de que suas atividades online estão sendo monitoradas, bloqueadas ou censuradas – ou simplesmente não têm conhecimento ou não se importam. Para o restante de nós, existem três razões válidas pelas quais podemos querer utilizar uma VPN:
- Privacidade: embora o uso de uma VPN não o torne necessariamente anônimo online, ele contribui significativamente para ocultar suas atividades e dificultar sua identificação. Isso é benéfico para aqueles que se sentem desconfortáveis com a vigilância governamental ou corporativa, mas uma necessidade absoluta para denunciantes, ativistas e pessoas que vivem sob regimes opressivos.
- Segurança: se você utiliza Wi-Fi público em locais como hotéis ou cafeterias, ou se não pode garantir a segurança de outras redes pelas quais se conecta, o uso de uma VPN oferece uma camada extra de proteção para acessar serviços confidenciais ou realizar operações comerciais fora do ambiente de trabalho.
- Acesso: o país onde você reside ou está visitando pode bloquear o acesso a determinados sites ou serviços da web – incluindo plataformas de mídia social como Facebook e Twitter. Cada vez mais, os principais provedores de internet estão fazendo o mesmo, embora geralmente os sites envolvam conteúdo pornográfico, pirataria ou material ilícito. Além disso, alguns sites e serviços – incluindo serviços de streaming de vídeo como Hulu ou Netflix – possuem controles para garantir que usuários fora dos EUA não possam acessar o conteúdo americano, o que é uma desvantagem quando não há serviço em seu país ou quando o serviço americano é superior. O uso de uma VPN pode ajudá-lo a contornar esses bloqueios.
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As VPNs são todas essencialmente iguais?
Não. Algumas são complexas e difíceis de usar, enquanto outras são incrivelmente simples. Algumas dispõem de um grande número de servidores espalhados pelo mundo, enquanto outras possuem apenas alguns em territórios muito específicos. Isso afetará o local de onde você parece estar conectado, bem como o número de usuários que o serviço pode suportar antes que os servidores fiquem congestionados e reduzam a velocidade das conexões.
Também existem grandes diferenças em termos de desempenho. O uso de uma VPN resultará em uma redução na velocidade da sua internet, pois todo o seu tráfego precisa ser roteado pela rede e pelos servidores da VPN. Alguns serviços de VPN investiram em sua tecnologia e rede, de modo que o impacto nem sempre é perceptível, mas outros verão suas velocidades caírem drasticamente, a ponto de você ter dificuldades para, digamos, transmitir vídeo.
E quanto à privacidade e à segurança? São todas igualmente privadas e seguras?
Mais uma vez, não. Por um lado, o provedor de VPN pode registrar e até monitorar seu tráfego, com alguns serviços de VPN gratuitos sendo conhecidos por coletar e vender alguns dados de usuários, principalmente inofensivos. O segredo é verificar se o seu provedor registra seu tráfego, o que ele faz com ele e por quanto tempo ele retém os registros. Muitos agora afirmam não manter nenhum registro, mas – para ser direto – não há como saber com certeza.
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De resto, o fator crucial é a localização da sede do provedor. Em alguns países, como os EUA ou o Reino Unido, o governo e os serviços de segurança têm mais poder para exigir registros ou monitorar o tráfego de entrada e saída; poderes aos quais seu provedor de VPN médio será incapaz de resistir. Se a privacidade ou o anonimato forem seus principais motivos para usar uma VPN, considere encontrar uma baseada em um país fora dos países dos ‘quatorze olhos’ que rotineiramente cooperam em vigilância e compartilhamento de informações – Reino Unido, EUA, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Dinamarca, França, Holanda, Noruega, Alemanha, Bélgica, Itália, Espanha e Suécia – e particularmente os cinco primeiros, que compõem o núcleo dos ‘cinco olhos’.
Finalmente, diferentes VPNs utilizam diferentes protocolos de criptografia, alguns mais seguros que outros, e alguns com mais ou menos impacto na velocidade. OpenVPN, Chameleon e SSTP oferecem o melhor equilíbrio entre desempenho e segurança. PPTP é rápido, mas potencialmente mais fraco.
Além da segurança e do desempenho, existem outros recursos que eu deveria considerar?
Alguns serviços de VPN oferecem medidas de proteção adicionais, incluindo um ‘salto duplo’ que mascara ainda mais sua localização e identidade, ou proteção contra vazamento de DNS para evitar que seu navegador envie solicitações de DNS – solicitações para direcionar um determinado URL – diretamente ao seu provedor de internet e não através da VPN, revelando sua localização real. Alguns possuem recursos para contornar gateways e monitoramento em redes Wi-Fi públicas, enquanto outros permitem transformar um PC ou laptop em um roteador virtual, para que você possa conectar outros dispositivos através dele e todos usarem a VPN.
Outro recurso útil é um interruptor de segurança (kill switch). Configure-o para aplicativos específicos, como seu navegador, e, caso sua conexão VPN falhe, o navegador será fechado automaticamente, evitando que você seja exposto repentinamente.
E quanto a restrições ou limitações?
Nem todas as VPNs funcionam da mesma forma em diferentes países. Algumas podem não funcionar na China, por exemplo, onde o Grande Firewall, que impede que os cidadãos chineses acessem sites e conteúdos não aprovados, se tornou particularmente eficiente na detecção e no bloqueio de VPNs. Da mesma forma, a Netflix agora pode identificar muitas VPNs e impedir que você as use para acessar o serviço americano. O fato de algo funcionar em um dia não significa que continuará funcionando no futuro.
P2P e torrents geralmente estão sujeitos a restrições. Alguns serviços simplesmente não permitem que você compartilhe ou baixe torrents ou tráfego P2P através da VPN, enquanto outros podem limitar sua capacidade de fazê-lo. Novamente, se esse é o seu interesse – e temos certeza de que você não pensaria em compartilhar conteúdo ilegalmente – verifique o que o provedor permite antes de assinar.
Por fim, verifique quantos dispositivos você pode usar por meio do serviço e se o serviço é compatível com todos os dispositivos que você deseja usar. Muitos permitirão que você use a VPN em até cinco PCs, Macs ou outros dispositivos, enquanto outros estão limitados a apenas um. Nem todos são compatíveis com toda a gama de dispositivos, portanto, se você precisar de algo para seu laptop Windows, seu iPad, seu smartphone Android e seu streamer Kodi, faça uma pesquisa antes de escolher para reduzir suas opções.
Se você está buscando o melhor serviço de VPN, considere o ExpressVPN.