Ruby, concebida por Yukihiro Matsumoto em 1995, é uma linguagem de programação de script orientada a objetos. Este projeto de código aberto foi desenvolvido com foco na produtividade e simplicidade.
Desenvolvedores empregam esta linguagem dinâmica para criar variadas aplicações web, desde páginas estáticas até softwares desktop, ferramentas de automação e serviços de tratamento de dados. Ruby também se destaca em DevOps, servidores web, monitoramento e raspagem de dados.
Startups e grandes empresas como CrunchBase, Bloomberg, Dribble, SlideShare, Airbnb, Shopify e GitHub utilizam Ruby como parte essencial de suas tecnologias.
A popularidade do Ruby no cenário moderno se deve a:
- Aprendizado acessível e divertido: Ruby é fácil de aprender, mesmo para iniciantes em programação. Sua sintaxe clara facilita a compreensão de conceitos complexos, tornando a experiência agradável para todos.
- Código aberto: Ruby é gratuito para uso, permitindo que os desenvolvedores explorem e utilizem a linguagem conforme suas necessidades.
- Eficiência de tempo: Configurar um ambiente Ruby é simples. A linguagem segue o princípio “Don’t Repeat Yourself” (DRY), aumentando a produtividade dos desenvolvedores.
- Segurança: Ruby é considerada uma das linguagens de programação mais seguras. Ela se defende eficazmente contra ataques como CSRF, injeção de SQL e XSS, combinando funcionalidades nativas e soluções de terceiros.
- Comunidade ativa: Com mais de duas décadas e meia de existência, Ruby construiu uma grande comunidade de suporte. Se você encontrar dificuldades, provavelmente encontrará ajuda nesta comunidade.
O que são Frameworks Ruby?
Embora Ruby seja uma linguagem robusta, frameworks podem ampliar seu potencial. Frameworks Ruby são conjuntos de código predefinido que oferecem uma estrutura padronizada para criar e implementar aplicações web.
Eles incluem bibliotecas e ferramentas que auxiliam engenheiros de software a lidar com tarefas comuns como autenticação e roteamento de usuários, eliminando a necessidade de codificar essas atividades do zero.
A seguir, exploramos alguns dos principais frameworks Ruby:
Ruby on Rails
Ruby on Rails, ou Rails, é o framework Ruby mais utilizado. Criado em 2003 por David Heinemeier Hansson, este framework web full-stack é adotado por grandes empresas como Hulu, GitHub, Shopify e Coinbase.
Principais características
- Arquitetura MVC: Rails adota o padrão Model-View-Controller (MVC), proporcionando uma clara separação de responsabilidades. Isso facilita a compreensão e a manutenção do código.
- Rica biblioteca e Gems: Rails oferece vasta gama de bibliotecas e Gems de terceiros, como Faker e Pry, que expandem as capacidades de codificação.
- Active Record para gerenciamento de banco de dados: Rails utiliza o Active Record para simplificar o acesso e o gerenciamento de dados, sem a necessidade de configuração manual.
- Conveção sobre configuração: Rails segue padrões bem definidos, reduzindo o tempo de configuração e padronizando o desenvolvimento.
Rails é ideal para criar plataformas de e-commerce, aplicações multimídia, prototipagem rápida e aplicações orientadas a dados.
Sinatra
Sinatra é um framework web Ruby, específico de domínio (DSL), projetado para criar aplicações web com abordagem minimalista. Desenvolvido por Blake Mizerany em 2007, este framework é leve e eficaz.
Principais características
- Arquitetura orientada a componentes: Sinatra organiza aplicações em componentes pequenos e reutilizáveis, cada um responsável por tarefas específicas.
- Leveza: Sinatra é minimalista e flexível, usando código apenas quando necessário.
- Suporte a Middleware: Desenvolvedores podem expandir as funcionalidades do Sinatra, como autenticação de usuários, através de middleware.
- Suporte a linguagens de template: Sinatra suporta Embedded Ruby (ERB) e Haml, que geram conteúdo HTML dinâmico a partir dos dados da aplicação.
Sinatra é adequado para construir ferramentas internas, APIs RESTful, microsserviços e prototipagem. Empresas como GitHub, Apple e Heroku utilizam Sinatra em algumas de suas ferramentas internas.
Grape
Grape é um framework Ruby leve e rápido para criar APIs RESTful. Criado por Tim Pope e Richard Huang em 2010, tornou-se popular pelo seu design modular.
Principais características
- Simples e flexível: Grape possui sintaxe simples para criar APIs, tornando a documentação e a manutenção mais fáceis.
- Boa documentação: Apesar de ser criado em 2010, Grape tem documentação abrangente e uma comunidade ativa.
- Design modular: Permite dividir aplicações em componentes reutilizáveis, facilitando a manutenção.
- Suporte a testes: Grape permite testar aplicações usando frameworks como RSpec e Minitest.
Grape é útil para criar APIs para aplicações de pequeno e médio porte, prototipagem e testes de ideias. Meeteor e GitLab são exemplos de empresas que usam Grape em suas tecnologias.
Hanami
Hanami é um framework Ruby que permite aos desenvolvedores criar aplicações web usando subcomponentes modulares. Originalmente chamado de Lotus, foi criado em 2016.
Principais características
- Arquitetura modular: Hanami permite dividir aplicações em componentes pequenos e reutilizáveis, facilitando modificações e manutenção.
- ORM integrado: Hanami possui um ORM que suporta bancos de dados SQL e NoSQL.
- Compatibilidade com testes: Hanami permite testar aplicações usando frameworks como RSpec, MiniTest e Cucumber.
- Roteamento flexível: Possui um sistema de roteamento que permite definir padrões de URL complexos.
Hanami é adequado para aplicações web que exigem arquitetura flexível e mínima. Pode ser usado em plataformas de e-commerce, sistemas CRM, APIs RESTful e sistemas de gerenciamento de conteúdo.
Roda
Roda é um framework Ruby modular e escalável para criar aplicações web. Foi criado por Jeremy Evans em 2012.
Principais características
- Simplicidade e confiabilidade: Roda é simples tanto externa quanto internamente. Em produção, as aplicações Roda são “congeladas”, eliminando problemas de segurança de thread.
- Árvore de roteamento: Roda facilita a definição de padrões de URL complexos através de sua árvore de roteamento. Isso permite que os desenvolvedores escrevam código DRY.
- Integração com diversos bancos de dados: O suporte a ORM facilita a integração com bancos de dados SQL e NoSQL.
Desenvolvedores usam Roda para criar uma ampla gama de produtos, incluindo APIs RESTful, aplicações de página única, sistemas de gerenciamento de conteúdo, entre outros.
Padrino
Padrino é um framework Ruby full-stack construído sobre a biblioteca web Sinatra. Criado em 2008, visa facilitar o desenvolvimento de aplicações web avançadas.
Principais características
- Abrangência: Padrino oferece tudo o que é necessário para criar aplicações web de alto nível de forma simples e concisa.
- Design modular: Permite dividir aplicações em pequenos componentes reutilizáveis.
- Geradores de código: Padrino inclui geradores que criam código básico, evitando que os desenvolvedores tenham que construir tudo do zero.
- Integração com diversos bancos de dados: Suporta bancos de dados como PostgreSQL, MySQL e SQLite.
- Autorização e autenticação de usuários: Inclui funcionalidades para proteger e controlar o acesso a aplicações.
Padrino é adequado para criar diversos tipos de aplicações web, como CRMs, plataformas de e-commerce e blogs.
Camping
Camping é um framework Ruby minimalista para criar aplicações web. Foi desenvolvido em 2005.
Principais características
- Minimalismo: Camping foi projetado para ser simples, mas ainda permite criar aplicações robustas.
- Integração com ActiveRecord: Facilita o trabalho e o gerenciamento com bancos de dados como SQL.
- Padrão MVC: Oferece separação de responsabilidades através do padrão Model-View-Controller, simplificando a criação e a manutenção do código.
- Suporte a middleware: Camping suporta middleware, evitando a necessidade de criar tudo do zero.
Camping é ideal para pequenas aplicações como APIs RESTful e blogs pessoais. Também pode ser usado como um microframework para criar componentes em aplicações mais complexas.
Scorched
Scorched é um framework Ruby genérico e sem opiniões predefinidas. Oferece um conjunto robusto de construções para processar solicitações HTTP.
Principais características
Leveza: Scorched é minimalista, adequado para aplicações simples.
Extensibilidade: Pode ser usado com diversas gems e plugins para adicionar funcionalidade. ActiveRecord, Thin e Puma são exemplos de gems compatíveis.
Suporte a testes automatizados: Permite criar e automatizar testes com frameworks como Minitest e RSpec.
Scorched é adequado para aplicações de pequeno e médio porte. Também pode ser usado para microsserviços em aplicações Ruby maiores.
Sneakers
Sneakers é um framework Ruby para processamento em segundo plano usando RabbitMQ. Permite que desenvolvedores criem e gerenciem trabalhos em segundo plano. Este framework/gem foi criado em 2013.
Principais características
- Processamento paralelo: Sneakers executa múltiplos processos em segundo plano, aumentando o desempenho e a capacidade de resposta das aplicações.
- Novas tentativas integradas: Se um trabalho não for processado, Sneakers o envia de volta à fila para nova tentativa.
- Suporte a troca de mensagens mortas: Facilita o rastreamento e o gerenciamento de processos/trabalhos que falharam.
Sneakers é ideal para aplicações com processamento em segundo plano, como processamento de imagens e dados.
Conclusão
Se você planeja desenvolver sua próxima aplicação web em Ruby, dispõe de diversos frameworks para escolher. A seleção do framework depende do tipo de aplicação que você quer construir e das suas preferências. Rails é uma excelente escolha para um framework full-stack, enquanto Grape é mais adequado para criar APIs RESTful.
Você também pode consultar comparações detalhadas entre Ruby on Rails e Django.