Negociações EUA-China: Mercados Globais Reagem às Discussões Cruciais sobre Tarifas.

Foto do autor

By luis

Em um cenário de cautela econômica global, os mercados financeiros estão monitorando de perto as cruciais negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Essas discussões de alto risco, realizadas em Londres pelo segundo dia consecutivo, são centrais para determinar a direção imediata do comércio global e o sentimento dos investidores. O objetivo principal dessas conversações é aliviar as tarifas significativas que foram a pedra angular das recentes disputas comerciais, uma resolução que poderia trazer a tão necessária estabilidade para vários setores econômicos.

Resposta do Mercado nos EUA

Na terça-feira, Wall Street teve uma abertura tranquila com volumes de negociação relativamente contidos, enquanto os participantes se concentravam nos desenvolvimentos diplomáticos. Os futuros para os principais índices como o S&P 500 e o Nasdaq registraram ganhos marginais de 0,1% antes do sino do mercado, enquanto os futuros do Dow Jones Industrial Average permaneceram praticamente inalterados. Esse modesto movimento de alta para o S&P 500 segue uma notável queda de 20% em relação ao seu pico apenas dois meses antes, uma desaceleração amplamente atribuída às tensões comerciais crescentes e à retórica passada da administração dos EUA.

As discussões comerciais em andamento visam reverter o impacto das tarifas punitivas implementadas anteriormente. Embora essas tarifas estejam atualmente pausadas, permitindo o fluxo contínuo de mercadorias, especialmente em tecnologia e maquinário, a incerteza subjacente levou as empresas a ajustarem suas projeções financeiras. Por exemplo, a Designer Brands, empresa controladora da DSW e Keds, reportou perdas maiores do que as antecipadas, resultando em uma queda de 7,5% em suas ações nas negociações de pré-mercado. O CEO da empresa citou um “ambiente econômico imprevisível” e o enfraquecimento do consumo como fatores-chave.

Por outro lado, a Tesla (TSLA) viu suas ações subirem 2,3% na atividade de pré-mercado, somando-se a um aumento de 4,6% do dia anterior. Isso ocorre depois que a empresa experimentou um declínio na semana passada em meio a tensões executivas e políticas. Enquanto isso, as ações do McDonald’s (MCD) caíram 1,4% após um rebaixamento do Morgan Stanley, que destacou o aumento das pressões competitivas dentro da indústria de fast-food, particularmente entre consumidores de baixa renda.

Visão Geral do Mercado Global

O efeito cascata dessas negociações comerciais estendeu-se aos mercados internacionais:

  • Na Europa, o DAX da Alemanha caiu 0,3%, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido registrou um ganho de 0,5%. O CAC 40 de Paris manteve-se estável.
  • Os mercados asiáticos apresentaram um cenário misto. O Nikkei 225 de Tóquio fechou em alta de 0,3%, a 38.211,51, embora tenha perdido algum ímpeto. O Kospi da Coreia do Sul avançou 0,6%, para 2.871,85. No entanto, o Hang Seng de Hong Kong caiu 0,1%, para 24.162,87, e o Shanghai Composite recuou 0,4%, para 3.384,82. O Taiex de Taiwan subiu significativamente 2,1%, e o S&P/ASX 200 da Austrália ganhou 0,8%, para 8.587,20.

Analistas de mercado observaram que as preocupações geopolíticas contribuíram para a apreensão dos investidores nos mercados asiáticos, particularmente devido à falta de avanços imediatos nas negociações de Londres.

Commodities e Moedas

Nos mercados de commodities, o petróleo bruto dos EUA aumentou 37 centavos para US$ 65,66 por barril, e o petróleo Brent ganhou 36 centavos, atingindo US$ 67,40. Nos mercados de câmbio, o dólar americano enfraqueceu ligeiramente em relação ao iene japonês, sendo negociado a 144,53 ienes, vindo de 144,61. O euro fortaleceu-se em relação ao dólar, passando de US$ 1,1421 para US$ 1,1430. Por fim, o rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 10 anos diminuiu para 4,45%, vindo de 4,48%, refletindo uma mudança para ativos mais seguros em meio às discussões econômicas em andamento.