OLEDs Queimados? Mitos e Verdades: Descubra se Vale a Pena!

As telas OLED oferecem uma qualidade de imagem impressionante e são conhecidas por seu alto custo. Contudo, é surpreendente descobrir que podem apresentar o fenômeno de “burn-in”, ou retenção de imagem permanente. Mas, qual a real dimensão desse problema e o quanto você deve se preocupar com ele?

Entendendo o que é Burn-in em OLED

O termo OLED refere-se a Diodo Emissor de Luz Orgânico. A natureza orgânica dos materiais usados nessas telas faz com que se degradem com o tempo. A tecnologia OLED é autoemissiva, o que dispensa o uso de luz de fundo. Cada pixel produz sua própria luz, cuja intensidade diminui gradualmente durante a vida útil do produto.

O burn-in OLED, ou retenção de imagem permanente, é justamente essa degradação progressiva dos pixels. Embora não seja exclusivo das telas OLED – CRTs, LCDs e plasmas também são suscetíveis em diferentes graus –, o fenômeno é mais notório nas telas OLED.

A retenção de imagem permanente nas telas OLED é resultado de uma degradação desigual dos pixels que formam o painel. O problema ocorre quando certos pixels se deterioram a um ritmo diferente dos pixels adjacentes.

Imagens ou elementos gráficos estáticos na tela são os principais fatores que contribuem para esse problema. Isso inclui logotipos de canais de TV exibidos em cantos da tela, banners de notícias em movimento ou a área onde aparece o placar durante a transmissão de eventos esportivos.

É importante esclarecer que assistir a um evento esportivo por cinco horas em um domingo não vai, por si só, danificar sua tela OLED. No entanto, o efeito acumulativo de assistir ao mesmo canal esportivo por longos períodos pode causar burn-in.

O mesmo princípio se aplica a qualquer elemento estático que permaneça na tela por extensos períodos. A interface gráfica de um videogame, a barra de tarefas do Windows, o painel de informações de chegadas em um aeroporto, entre outros, também podem causar esse problema.

Dicas para Variar seus Hábitos de Uso

Se o risco de burn-in é uma grande preocupação para você, talvez seja melhor evitar a compra de uma tela OLED. No entanto, se a qualidade de imagem dessas telas é irresistível, existem algumas medidas que você pode tomar para minimizar o problema.

A primeira delas é variar seus hábitos de uso. Ao fazer isso, os pixels se desgastarão de forma mais uniforme, prevenindo o excesso de uso de uma área específica da tela. Contudo, essa necessidade de cuidados pode tornar as telas OLED menos práticas para algumas pessoas.

Por exemplo, se você costuma deixar a TV sintonizada em um canal de notícias durante todo o dia, uma tela OLED pode não ser a escolha ideal. O mesmo se aplica ao uso como monitor de computador, onde ícones estáticos e barras de tarefas permanecem exibidos continuamente. Se você tem o hábito de jogar o mesmo videogame obsessivamente todos os dias, o OLED também pode não ser a melhor opção.

Por outro lado, se você assiste a uma diversidade de canais de TV ou joga vários jogos diferentes, uma tela OLED pode ser uma ótima escolha. Da mesma forma, se você não deixa imagens estáticas no monitor do computador por longos períodos, um OLED também pode ser adequado.

Para alguns, a ideia de precisar ter “cuidado” com a tela para evitar o burn-in pode parecer algo pouco prático. Além disso, o preço mais elevado dos OLEDs em comparação com os painéis LCD também é um fator a se considerar.

Para outros, entretanto, os níveis de preto profundos e a relação de contraste infinita (teórica) tornam o cuidado adicional com o painel uma preocupação menor.

Diversos outros fatores influenciam a decisão entre comprar uma TV OLED ou um modelo tradicional com iluminação LED. Por exemplo, as telas OLED não atingem os mesmos níveis de brilho dos modelos LED mais potentes. No entanto, devido aos pretos perfeitos, essa diferença não é necessariamente um problema.

Além disso, mesmo que você assista muito do mesmo conteúdo, não há garantias de que você terá problemas com retenção de imagem permanente. Mesmo que os pixels se desgastem de forma desigual, pode ser que você não perceba a diferença durante o uso normal.

Padrões de teste e blocos de cores sólidas são úteis para identificar o burn-in, mas não são representativos do uso real no dia a dia.

OLEDs Atuais: Menos Suscetíveis ao Burn-in

A LG Display é a única fabricante de painéis OLED. Portanto, se você encontrar uma TV Sony ou Panasonic com tela OLED, ela terá sido fabricada pela LG Display. Ao longo dos anos, a empresa aprimorou o processo de fabricação para produzir telas mais resistentes e com custo mais acessível.

Os primeiros painéis OLED usavam pixels coloridos separados. No entanto, os fabricantes logo notaram que os subpixels de cores distintas se degradavam em ritmos diferentes, especialmente o azul e o vermelho. A LG Display adotou então uma grade de LEDs brancos, que se desgastam de forma mais uniforme. Filtros coloridos são usados para criar os quatro subpixels separados: vermelho, verde, azul e branco.

Existem também soluções de software para minimizar o problema, mas essas dependem de cada fabricante de TV e não do produtor do painel. Nas suas TVs, a LG limita o brilho em áreas da tela que exibem pixels estáticos, como logotipos ou a interface gráfica de videogames.

Outra solução é o deslocamento de pixels, que move a imagem ligeiramente para evitar sobrecarregar pixels específicos. As rotinas de “renovação de pixels” são executadas a cada poucos milhares de horas. Elas medem a voltagem de cada pixel e tentam desgastar as áreas que não foram muito usadas. A TV então aumenta o brilho geral da tela para compensar.

Cada fabricante que usa painéis OLED tem suas próprias técnicas, embora sejam basicamente as mesmas táticas com nomes específicos de cada marca.

Em 2013, a LG Electronics estimou que a vida útil de uma tela OLED era de 36.000 horas. Em 2016, contudo, a empresa aumentou essa estimativa para 100.000 horas, ou seja, 30 anos assistindo 10 horas de TV por dia. Em contraste, painéis LCD com retroiluminação LED têm uma expectativa de vida entre seis e dez anos, segundo um estudo.

Testes de Burn-in: A Realidade da Degradação

Em janeiro de 2018, o site RTINGS iniciou testes de burn-in em condições reais em seis telas LG C7. Foi usada uma variedade de conteúdo para simular anos de uso em um curto período. As TVs permaneceram ligadas por 20 horas por dia, com conteúdo inalterado.

Você pode conferir os resultados dos testes após um ano no vídeo acima. Na época da produção do vídeo, as TVs tinham cerca de 9.000 horas de uso. Isso equivaleria a aproximadamente cinco anos de uso, considerando cinco horas diárias. Algumas das telas no vídeo, como a sintonizada na CNN, apresentaram um burn-in significativo.

Outras, como a que exibia Call of Duty: WWII, não apresentaram sinais de burn-in, mesmo usando padrões de teste. O RTINGS afirmou que não esperava que esses resultados refletissem o uso real, já que as pessoas não costumam utilizar suas TVs dessa maneira.

No entanto, o teste confirmou que o OLED não é a escolha ideal para situações onde a TV é utilizada dessa forma.

“As TVs estão funcionando há mais de 9.000 horas (o equivalente a 5 anos de uso, com 5 horas diárias). Problemas de uniformidade apareceram nas TVs que exibiam Futebol e FIFA 18 e estão começando a se desenvolver na TV com NBC ao vivo. A nossa posição continua a mesma, não esperamos que a maioria das pessoas que assistem a conteúdo variado sem áreas estáticas tenham problemas de burn-in com uma TV OLED.”

Em seu canal no YouTube, HDTV Test, Vincent Teoh realizou seu próprio teste em uma tela LG E8 (veja o vídeo abaixo). Embora o teste tenha sido agressivo no uso (a TV ficou ligada por 20 horas por dia), também foi representativo do uso real das pessoas.

Teoh também alternou entre diversos canais de TV em blocos de quatro horas durante seis meses.

A tela não apresentou sinais de retenção de imagem permanente após quase 4.000 horas de uso. Embora não seja possível tirar grandes conclusões de apenas um teste, esse padrão de uso é muito mais representativo do que o uso típico da maioria dos consumidores.

Por que Optar por uma TV OLED?

Em termos de tecnologia de exibição, o OLED oferece uma qualidade de imagem superior. Muitos especialistas também afirmam que as telas OLED de última geração da LG são as melhores TVs disponíveis no mercado em termos de qualidade de imagem. Como os OLEDs são autoemissivos, eles conseguem atingir níveis de preto perfeitos, o que torna a imagem mais nítida e vibrante.

Embora as TVs com iluminação LED e escurecimento local de matriz completa tenham melhorado nos últimos anos, elas ainda usam “zonas de escurecimento” relativamente grandes. Isso pode gerar um efeito de halo ao exibir cenas de alto contraste. O Mini-LED se aproxima do OLED, aumentando o número de zonas de escurecimento. No entanto, novas tecnologias, como o MicroLED, serão necessárias para realmente competir com o OLED.

Como as telas OLED são mais caras, elas normalmente equipam os modelos premium. Ao comprar uma TV OLED, você provavelmente terá acesso a um processador de imagem de alto desempenho, uma taxa de atualização de 120 Hz para melhor processamento de movimentos e HDMI 2.1 para jogos de última geração. O desempenho HDR também costuma ser excelente, mesmo que a tela não alcance os mais de 1.000 nits de brilho de alguns LCDs.

O OLED não é ideal para todos. Além do preço elevado e do risco de retenção de imagem, essas telas não são tão brilhantes quanto os modelos com iluminação LED. Se você tem uma sala muito iluminada, um modelo LED pode ser mais indicado. Por outro lado, se você busca uma experiência cinematográfica em um ambiente mais escuro, o OLED é imbatível atualmente.

A preocupação com o burn-in não desapareceu completamente. Contudo, não é um problema tão grave como antes, graças às melhorias na fabricação e às técnicas de compensação via software. Se você está planejando comprar uma TV nova em 2020, especialmente para jogar os jogos mais recentes nos consoles de última geração, um OLED pode ser a melhor escolha.