Wall Street Bate Recordes Impulsionada por Confiança e Acordo Comercial

Os mercados financeiros globais iniciaram a semana com uma notável valorização em Wall Street, atingindo máximos históricos, apesar das persistentes preocupações subjacentes com a inflação e as contínuas implicações das políticas de comércio internacional. Esta significativa recuperação nos principais índices dos EUA sinaliza uma renovada confiança dos investidores, contrastando fortemente com a desaceleração vivida apenas alguns meses antes, quando as incertezas geopolíticas lançavam uma sombra sobre as previsões económicas.

Desempenho do Mercado Americano

O S&P 500 (SPY) encerrou o dia em um recorde de 6.173,07 pontos, marcando um aumento de 0,5% e superando seu pico anterior estabelecido em fevereiro. De forma semelhante, o Nasdaq Composite (QQQ) avançou 0,5% para um novo máximo de 20.273,46, enquanto o Dow Jones Industrial Average (DIA) subiu 1% para 43.819,27 pontos. Esta recuperação representa uma considerável reviravolta para Wall Street, que havia testemunhado um declínio de quase 20% em relação ao seu pico de fevereiro, em grande parte devido às ansiedades em torno das políticas comerciais do Presidente Donald Trump. A amplitude do mercado foi robusta, com quase todos os setores do S&P 500 a participar dos ganhos. Notavelmente, a Nike (NKE) liderou o desempenho de ações individuais com um salto de 15,2%, mesmo com a empresa a reconhecer potenciais impactos significativos de tarifas.

Fatores Catalisadores e Incertezas

Resolução de Disputa Comercial

Um catalisador fundamental para esta mudança positiva no sentimento do mercado foi a resolução de uma disputa comercial com o Canadá. O governo canadense cancelou seu imposto proposto sobre serviços digitais visando empresas de tecnologia dos EUA, levando a administração do Presidente Trump a retomar as negociações comerciais. O Primeiro-Ministro canadense, Mark Carney, confirmou o reinício dessas conversas cruciais, fomentando o otimismo entre os investidores e contribuindo para a trajetória ascendente dos futuros de ações dos EUA.

Preocupações com a Inflação e Tarifas

Apesar da guinada otimista do mercado, a inflação continua a ser uma preocupação crítica para formuladores de políticas e investidores. O índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), a medida de inflação preferida do Federal Reserve, registrou 2,3% em maio, ligeiramente acima dos 2,2% de abril. Embora este número se alinhe com as previsões, ele continua a exceder a meta de longo prazo do Federal Reserve, mantendo a pressão sobre as perspetivas gerais de inflação. O Federal Reserve, tendo implementado três cortes nas taxas de juro no final de 2024 após aumentos históricos para conter a inflação, tem mantido uma postura estável este ano, monitorizando de perto a evolução das políticas tarifárias. Economistas geralmente antecipam pelo menos mais duas reduções de juros antes do final do ano, contingente à contenção sustentada da inflação.

A administração do Presidente Trump continuou a emitir avisos sobre potenciais novas tarifas, estabelecendo um prazo de 9 de julho para acordos. Essas ameaças introduzem uma incerteza significativa para empresas e famílias, dificultando o planeamento financeiro. Setores como o automotivo e o varejo alertaram publicamente sobre os potenciais efeitos adversos nas suas receitas caso essas tarifas sejam promulgadas.

Cenário Global dos Mercados

Globalmente, os mercados apresentaram um quadro misto. Os índices europeus abriram com declínios moderados, com o DAX da Alemanha, o CAC 40 de Paris e o FTSE 100 de Londres a registar ligeiros recuos. Na Ásia, o Nikkei 225 de Tóquio valorizou 0,8%, impulsionado pelas expectativas de estabilidade comercial. Em contrapartida, o Hang Seng de Hong Kong caiu 0,9%, enquanto o Shanghai Composite avançou 0,6%. A China reportou uma melhoria marginal na atividade manufatureira em junho após o adiamento das tarifas dos EUA, embora o setor ainda permaneça em contração. Nos mercados de commodities, os futuros de petróleo WTI e Brent registaram pequenas quedas, mas mantiveram-se amplamente estáveis, com atenção contínua aos desenvolvimentos geopolíticos no Médio Oriente e aos níveis de inventário globais.