Ambientes de Desktop Linux: Uma Comparação Entre KDE e GNOME
KDE e GNOME são dois ambientes de desktop amplamente utilizados no mundo Linux. Estes ambientes gráficos fornecem a interface necessária para interagir com o sistema operacional. Por exemplo, ao escolher o Linux Mint, você se depara com o ambiente Cinnamon (derivado do GNOME 3), enquanto o Ubuntu, por padrão, utiliza o GNOME. Em contrapartida, distribuições como Kubuntu e Fedora KDE usam o KDE Plasma.
Essas interfaces são comparáveis às do Windows e MacOS, atuando como portais para as funcionalidades do sistema, influenciando diretamente a maneira como os usuários trabalham, sua produtividade e as opções de personalização disponíveis.
Para usuários mais experientes, surge a dúvida sobre qual seria a melhor opção. Este artigo busca comparar o GNOME e o KDE Plasma, a fim de esclarecer suas diferenças e ajudar você a identificar qual deles melhor se adapta às suas necessidades.
Vamos iniciar essa comparação.
O que é o GNOME?
GNOME, acrônimo para GNU Network Object Model Environment, é um ambiente de desktop notável e de código aberto, operando tanto em Linux quanto em Windows. Sua pronúncia correta é “guh-nome”.
O GNOME se destaca pela sua facilidade de uso e interface amigável, oferecendo um bom grau de customização sem perder a estética moderna.
Internamente, o GNOME emprega um agente de solicitação de objeto (ORB), com suporte à COBRA (Common Object Request Broker Architecture), facilitando a comunicação entre programas GNOME em diferentes sistemas operacionais dentro de uma rede.
Em 1999, Miguel de Icaza e Federico Mena lançaram a versão 1.0 do GNOME, que rapidamente se popularizou e continuou a evoluir. Atualmente, a versão mais recente é o GNOME 44, presente em distribuições como o Fedora.
Diversas distribuições Linux importantes adotam o GNOME como ambiente de desktop padrão, incluindo Fedora, CentOS, Manjaro GNOME e Ubuntu.
Em síntese, o GNOME é um ambiente de desktop moderno que se destaca pela simplicidade de uso e opções de customização. Suas principais características incluem:
- Layout minimalista e livre de distrações.
- Acesso imediato a aplicativos essenciais.
- Central de aplicativos completa.
- Aplicativos intuitivos e consistentes.
- Recursos de acessibilidade avançados.
- Requisitos de hardware e consumo de memória modestos.
- Suporte a interface escura.
Se você deseja experimentar distribuições Linux que utilizam o GNOME, você pode encontrá-las aqui.
O que é o KDE Plasma?
O KDE Plasma é um ambiente de desktop livre e de código aberto. Conhecido também como “Plasma”, oferece uma interface gráfica estável e atraente em vários sistemas operacionais, como FreeBSD, Linux, MacOS e Windows.
O Plasma possui uma semelhança com o Windows, sendo altamente personalizável, o que o torna uma ótima opção para usuários experientes que desejam ajustar a experiência para aumentar a produtividade e o fluxo de trabalho. Além disso, oferece vários aplicativos do KDE.
O KDE surgiu em 1996, com a primeira versão lançada por Matthias Ettrich.
Distribuições populares que adotam o KDE Plasma incluem Kubuntu, Fedora KDE Edition, OpenSuse e KDE Neon. A versão mais recente do KDE é a 5.27.3.
Em resumo, o KDE é um ambiente de desktop extremamente personalizável, já equipado com diversos recursos e aplicativos essenciais. Suas principais características incluem:
- Barra de tarefas similar à do Windows.
- Suporte a tela sensível ao toque para tablets e laptops.
- Redimensionamento simples de janelas.
- Organização intuitiva.
- Consumo de memória eficiente.
- Suporte a áreas de trabalho virtuais.
- Múltiplos ambientes de transferência usando o Klipper.
Confira distribuições Linux baseadas no KDE aqui.
GNOME vs KDE Plasma
A seguir, abordaremos as diferenças entre o Plasma e o GNOME. Caso precise de uma visão rápida, confira a tabela comparativa abaixo.
GNOME | KDE Plasma | |
Experiência de usuário | Interface limpa e experiência de usuário simplificada. | Boa experiência de usuário, voltada para usuários mais avançados. |
Interface de usuário | Moderna, simplista e limpa. | Tradicional, personalizável e intuitiva. |
Fluxo de trabalho | Excelente fluxo de trabalho, com pouca customização. | Personalização avançada, ideal para usuários experientes. |
Aplicativos | Boa variedade de aplicativos GNOME, mas com opções gerais limitadas. | Ótimos aplicativos prontos para uso, com ampla variedade de opções. |
Personalização | Personalização limitada. | Um dos ambientes de desktop mais personalizáveis. |
Acessibilidade | Excelentes opções de acessibilidade. | Opções de acessibilidade mais limitadas. |
Experiência de usuário
Para quem nunca usou o GNOME, sua simplicidade torna a experiência fácil e intuitiva. A interface apresenta um painel superior com ícones e acesso rápido a opções de acessibilidade. Apesar de ter pouca personalização, é o suficiente para usuários iniciantes. No geral, o GNOME é adequado para quem busca menos opções, mas ainda quer usar o Linux de forma eficaz e produtiva.
O KDE, por sua vez, oferece uma abordagem mais flexível. A customização é o ponto forte, permitindo aos usuários adaptar a experiência ao seu gosto. Além da personalização, o KDE também proporciona um ambiente de desktop visualmente atraente.
Para quem está migrando do Windows, a interface do KDE pode ser bastante familiar, devido às semelhanças em layouts e abordagem.
Em geral, o KDE Plasma oferece uma experiência de usuário adequada, embora exija um período de adaptação para ser utilizado com eficiência. Sua natureza versátil o torna uma opção popular entre usuários experientes.
Interface de usuário
O GNOME possui uma barra superior com ícones para acesso fácil a recursos como área de status, menu de usuário, relógio e botão de utilidades.
Além disso, a opção de exibição de aplicativos permite buscar programas através de uma funcionalidade de pesquisa.
O GNOME apresenta uma interface moderna, com elementos dispostos de forma organizada para fácil identificação e uso. No entanto, sua interface é menos funcional quando comparada ao KDE.
O KDE também oferece uma interface limpa e fácil de usar.
Sua abordagem tradicional inclui uma barra de tarefas na parte inferior da tela, com o botão “Iniciar” à esquerda e utilitários no canto inferior direito.
O KDE possui semelhanças com o Windows, já que este se inspirou naquele. Os aplicativos podem ser acessados através do menu Iniciar ou por meio de pesquisa.
A interface do KDE Plasma é bastante agradável, embora muitos usuários possam preferir a abordagem minimalista do GNOME.
Fluxo de trabalho
Tanto o KDE quanto o GNOME oferecem boas opções para fluxo de trabalho.
O GNOME já oferece um bom fluxo de trabalho logo após a instalação. É possível habilitar o recurso “Hot Corner” para abrir a visão geral das atividades, bem como o recurso de bordas de tela ativas para organizar janelas de forma rápida.
Os espaços de trabalho do GNOME permitem agrupar janelas, melhorando a organização e a navegação. É possível acessar essas áreas de trabalho virtuais através da tecla “super” (tecla Windows ou Command).
Com a tecla “super”, é fácil alternar entre locais de trabalho e escolher aplicativos, além de opções para alternância entre aplicativos e múltiplos monitores.
O GNOME também oferece atalhos para simplificar o fluxo de trabalho, como ALT+F2 para executar comandos e ALT+TAB para alternar janelas.
Além disso, é possível personalizar o fluxo de trabalho do GNOME com extensões, que podem ser baixadas na página oficial do GNOME.
E o KDE? Ele também oferece um bom fluxo de trabalho.
Com gerenciamento de espaço de trabalho e atalhos de teclado para o gerenciamento de janelas.
É possível criar uma nova atividade (espaço de trabalho) através do clique com o botão direito na área de trabalho e selecionando “Mostrar alternador de atividades > Nova atividade”, definindo nome, descrição e ícone, além de atalhos para alternar entre elas.
Assim como o GNOME, é possível personalizar o fluxo de trabalho adicionando aplicativos.
Em suma, a escolha entre um e outro é subjetiva.
O GNOME é ideal para quem busca simplicidade, enquanto o KDE Plasma é para aqueles que preferem personalizar o fluxo de trabalho.
Aplicativos
Ambos, KDE e GNOME, oferecem uma variedade de aplicativos.
No entanto, o KDE se destaca por oferecer mais aplicativos já instalados. Seu software de aplicativos permite navegar facilmente por uma vasta biblioteca, que está em constante crescimento, graças à comunidade KDE.
O KDE oferece acesso a aplicativos como Okular (visualizador de documentos), Dolphin (gerenciador de arquivos), Kdenlive (editor de vídeo) e Konsole (terminal), além do KDE Connect para conectar o celular ao computador.
Os aplicativos padrão do GNOME incluem calculadora, calendário, relógios, scanner de documentos, entre outros. Seus aplicativos “Circle” incluem Amberol (aplicativo de música) e Apostrophe (editor de markdown).
Em termos de ecossistema de aplicativos, o KDE se destaca em relação ao GNOME.
Customização
Em termos de customização, o KDE é o vencedor. Ele oferece muitas opções, como adicionar funcionalidades com widgets ou alterar o papel de parede.
Além disso, é possível alterar a forma como os ícones da área de trabalho se comportam e se organizam, customizando seu tamanho, largura e classificação.
Além desses recursos, o KDE permite definir ícones do sistema, temas globais e temas de gerenciamento de janelas. É possível ativar um iniciador de aplicativos similar ao do GNOME 3.
Resumindo, o usuário tem controle total sobre o ambiente de trabalho, podendo alterar cores, gerenciamento de janelas, temas e adicionar widgets.
O GNOME não oferece uma personalização tão abrangente quanto o KDE, sendo necessário o uso de extensões para realizar alterações, como a extensão Open Weather para exibir informações meteorológicas detalhadas ou personalizar a aparência dos painéis. O GNOME também oferece o modo escuro.
O KDE é claramente melhor que o GNOME em customização, mas ambos são adequados se você preferir usar as configurações padrão.
Se você busca personalização, use o KDE. Para simplicidade, o GNOME é mais adequado.
Acessibilidade
Em acessibilidade, o GNOME se destaca, oferecendo opções como alertas visuais, teclado na tela, texto grande e leitor de tela. Essas opções podem ser ativadas em Configurações > Acessibilidade. É possível ativar a opção “Sempre mostrar menu de acessibilidade” na barra superior para acesso facilitado.
O KDE também oferece recursos de acessibilidade, como campainha, teclas modificadoras, filtros de teclado, navegação do mouse e leitor de tela.
Em conclusão, o GNOME é superior em termos de acessibilidade.
Considerações Finais
A escolha entre GNOME e KDE é subjetiva, pois ambos oferecem boas opções.
O GNOME tem uma abordagem simplista e minimalista, ideal para iniciantes que buscam um ambiente fácil de usar. Também é adequado para quem deseja produtividade com poucas opções de personalização.
Já o KDE oferece uma experiência mais rica em recursos, atraindo usuários que gostam de explorar o potencial do Linux.
Não há uma resposta definitiva, e a escolha do ambiente de trabalho é pessoal.
Para novos usuários, o GNOME é uma boa opção para começar, sendo possível migrar para o KDE ao se familiarizar com o Linux. O KDE é uma ótima escolha para usuários experientes, que podem aproveitar todo seu potencial.
Em seguida, você pode conferir os melhores gerenciadores de partições do Linux para criar e excluir espaço em disco.