Mundos Processuais em Games: Desvende o Segredo de Infinita Rejogabilidade

Se você é um entusiasta de jogos, certamente já ouviu falar sobre mundos processuais. Mas afinal, o que isso significa? E como essa tecnologia impacta a sua experiência de jogo?

Vamos desvendar o conceito de mundos gerados processualmente, entender seu funcionamento e apresentar alguns exemplos de jogos que se beneficiam dessa abordagem.

O que é Geração Processual?

A maioria dos jogos que conhecemos possui mundos construídos de forma manual, como observado nas séries Grand Theft Auto e Call of Duty. Isso implica que, a cada nova partida, o cenário e os ambientes permanecerão os mesmos, independentemente de quantas vezes você jogue.

Essa característica é crucial para jogos que buscam simular a realidade ou para títulos de e-sports que se baseiam na habilidade do jogador. No entanto, essa repetição pode levar ao tédio após um certo número de partidas. Além disso, a criação manual de mapas extensos resulta em arquivos de jogo de grande tamanho. Como exemplo, o mapa de San Andreas em GTA V, uma representação do sul da Califórnia, ocupa cerca de 95 GB.

Para otimizar o espaço e oferecer mapas únicos a cada sessão de jogo, os desenvolvedores recorreram à geração processual. Em vez de construir os mapas peça por peça, jogos com geração processual utilizam algoritmos para criar seus ambientes.

Isso significa que, mesmo jogando repetidamente, cada nova partida apresentará paisagens e cenários distintos. Além disso, a geração processual não se limita apenas à criação do mundo físico do jogo. Ela também é utilizada para gerar diálogos, histórias e até mesmo decisões únicas por parte dos personagens não jogáveis (NPCs).

Como Funciona a Geração Processual?

A geração processual inicia-se com um algoritmo e uma semente. Essa semente é a base do que se deseja criar, e o jogo a utilizará como um modelo para a geração do mundo. Conforme explicado no Blog da equipe X, a semente é “o DNA de uma cópia específica de tudo que você está tentando produzir processualmente”.

Por exemplo, imagine utilizar o corpo humano como a semente para a geração processual. Em seguida, variáveis seriam introduzidas no algoritmo, garantindo que o produto final sempre se assemelhasse a uma pessoa, mas com características únicas a cada execução.

Assim, a semente assegura que o resultado desejado seja alcançado a cada execução do algoritmo, enquanto as variáveis garantem resultados exclusivos. Ao combinar as variáveis com um gerador de números aleatórios (RNG), torna-se possível criar um número vastíssimo ou até mesmo infinito de variações para o seu jogo.

Quais Jogos Utilizam Geração Processual?

Diversos títulos empregam a geração processual em seus jogos. Na verdade, essa técnica de criação de mundos de jogo já existe desde 1978, com sua introdução em Beneath Apple Manor e Rogue em 1980.

A seguir, apresentamos alguns títulos contemporâneos que se valem desse método para criar uma nova sessão de jogo.

No Man’s Sky

Crédito da imagem: PlayStation/YouTube

Este título é considerado um dos melhores jogos de exploração espacial da atualidade devido ao seu uso da geração processual. Seus desenvolvedores utilizaram essa técnica para gerar mais de 18 quintilhões (18.000.000.000.000.000.000) de planetas exploráveis no mundo do jogo.

Graças a essa tecnologia, cada planeta possui seu próprio ecossistema único, incluindo flora, fauna, climas e até mesmo espécies exóticas que podem ser negociadas ou combatidas. Apesar da vastidão desse mundo de jogo, o tamanho do arquivo do jogo é de apenas 15 GB.

Civilization VI

Crédito da imagem: Sid Meier’s Civilization/YouTube

Embora a franquia Civilization conte com alguns mapas baseados em regiões do mundo real, o modo de jogo principal utiliza a geração processual para criar mapas únicos. Assim, cada vez que você inicia uma nova partida aleatória, você terá um mundo inédito à sua disposição.

Esse recurso aumenta consideravelmente a rejogabilidade do jogo. Mesmo que você jogue há vários anos, cada nova sessão será um desafio diferente. É por isso que Civilization VI, o título mais recente da franquia, figura entre os melhores jogos offline para iPad.

Rust

Crédito da imagem: Facepunch/YouTube

Rust se destaca como um excelente jogo de exploração e criação graças aos seus mapas vastos e únicos. Esses mapas gerados processualmente asseguram que cada novo mapa seja diferente, com recursos naturais e artificiais posicionados de forma aleatória em cada iteração.

Explore Mundos de Jogo Exclusivos Criados com Geração Processual

Apesar de existir há décadas, a geração processual continua sendo uma técnica eficaz para gerar mundos de jogo distintos em títulos recentes. Portanto, se você busca um jogo que possa ser jogado repetidamente sem cair na mesmice, procure por títulos que ofereçam mapas gerados processualmente.