Ainda que a definição precisa de um “GIF” possa escapar a alguns, a verdade é que todos já se depararam com um. Elementos fundamentais da internet desde os seus primórdios, os GIFs gozam hoje de uma popularidade ainda maior. Mas, afinal, o que é um GIF e como se utiliza?
Um GIF: Uma Imagem em Movimento
Simplificando, um GIF (pronuncia-se com “g” de “guia” ou com “j” de “jardim”) é um tipo de ficheiro de imagem. Tal como os formatos JPEG ou PNG, o formato GIF também pode ser usado para exibir imagens estáticas. Contudo, o GIF possui uma característica singular: a capacidade de criar animações, como a que se vê abaixo.
O termo “imagens animadas” é usado porque, tecnicamente, GIFs não são vídeos. Na verdade, assemelham-se mais a flipbooks. Por exemplo, eles não têm som (algo que provavelmente já notou). Além disso, o formato GIF não foi inicialmente pensado para animações; essa funcionalidade surgiu como uma adaptação. Um ficheiro GIF pode conter várias imagens e, ao serem apresentadas sequencialmente, dão a sensação de movimento, tal como um flipbook.
A CompuServe introduziu o formato GIF em 1987, tendo a última atualização ocorrido em 1989. Isto significa que o GIF é mais antigo do que cerca de 35% da população dos Estados Unidos, e precede a World Wide Web em dois anos. O GIF desempenhou um papel crucial nos primórdios da internet, em páginas do GeoCities, perfis do MySpace e nas correntes de e-mail (quem se lembra do bebé a dançar?). Atualmente, continua a ser uma parte essencial da cultura online. De facto, o formato GIF pode estar mais popular agora do que nunca.
O Motivo do Crescimento da Popularidade dos GIFs
A popularidade dos GIFs aumentou porque, tal como os memes, eles são um recurso eficaz para comunicar piadas, emoções e ideias. Para além disso, plataformas como GIPHY e Gyfcat facilitam bastante a partilha e criação de GIFs. Estas plataformas estão integradas em aplicações como o Twitter, o Facebook Messenger e até mesmo no teclado do seu smartphone, tornando o uso de GIFs tão simples como o de emojis ou “stickers”.
Mas por que razão o formato GIF se mantém tão relevante? Não teria surgido uma alternativa?
O icónico GIF do bebé a dançar.
Na verdade, o GIF é um formato bastante antiquado. Os ficheiros GIF são de 8 bits, o que limita a paleta de cores a 256, resultando quase sempre em imagens de qualidade inferior. O formato GIF também não suporta semitransparência e, frequentemente, os ficheiros são de tamanho considerável (maiores do que vídeos em MP4), devido à falta de compressão.
Houve várias tentativas de substituir o formato GIF, mas nenhuma teve sucesso. O APNG da Mozilla (PNG animado), por exemplo, surgiu há dez anos com esse propósito, mas não conseguiu vingar. Vários fatores contribuíram para a resiliência do GIF, mas vamos focar nos três principais:
Incompatibilidade entre navegadores: Cada navegador tem as suas particularidades e, por vezes, um browser mais antigo pode dificultar o progresso da web. Por exemplo, o formato APNG da Mozilla foi lançado em 2008, mas o navegador Microsoft Edge só começou a suportá-lo recentemente. (Se esta animação não estiver a funcionar, significa que está a usar uma versão desatualizada do Edge.) A grande maioria dos navegadores suporta GIFs animados há muito tempo.
O HTML não suportava vídeo: Antes do HTML5 ser lançado em 2014, o padrão HTML não tinha suporte nativo para vídeo. Isto tornava mais fácil partilhar GIFs do que vídeos, contribuindo para a sua permanência. Muitos sites recorriam ao plugin Flash da Adobe para vídeos, mas o Flash não funcionava em dispositivos móveis como iPhones.
Simplicidade na criação de GIFs: Porque mudar para um novo formato quando os GIFs são tão fáceis de criar? Existem sites de criação de GIFs há imenso tempo e a maioria dos softwares de edição de imagem também oferece esta funcionalidade.
No entanto, as coisas estão a evoluir. Numa tentativa de melhorar o formato GIF, plataformas como Gfycat e Imgur utilizam uma extensão de elemento de vídeo HTML5 chamada GIFV. Ou seja, os GIFs produzidos ou carregados nestas plataformas não são verdadeiros GIFs, mas sim vídeos em formato MP4 ou WebM. Estes podem ter som, suportam mais do que 256 cores e ocupam menos espaço do que os GIFs tradicionais.
É importante referir que nem todos os GIFs nestas plataformas têm uma aparência ideal, mas o que interessa é que os ficheiros GIF propriamente ditos podem vir a cair em desuso, provavelmente a favor de vídeos MP4 e WebM.
Como Utilizar GIFs
Usar GIFs é semelhante a usar emojis. Escolhe-se o GIF mais adequado para a situação e envia-se. Não é necessário fazer download de nada: a maioria das plataformas de redes sociais tem parcerias com sites de alojamento de imagens, tornando os GIFs o mais acessíveis possível. De facto, o teclado do seu telemóvel já deverá ter uma função para GIFs integrada.
Atualmente, estas são as melhores formas de pesquisar e usar GIFs:
Funções de pesquisa de GIF: A maioria das redes sociais já vem com uma barra de pesquisa de GIF. O Twitter e o Facebook Messenger são exemplos. Estas barras de pesquisa trabalham diretamente com plataformas como o GIPHY ou o Imgur e tornam os GIFs tão fáceis de usar quanto os emojis.
Copiar o link: Sites de alojamento de imagem como o GIPHY, Imgur e Gifycat têm ferramentas para copiar GIFs para a sua área de transferência. Basta encontrar o GIF que deseja e clicar no botão “copiar link”. Depois, cole o link onde quiser usar o seu GIF. Na maioria dos sites, o GIF irá funcionar automaticamente.
Utilizar o Gboard: O teclado da Google para Android, iPhone e iPad possui uma função GIF integrada que lhe permite usá-los em qualquer situação, até mesmo em mensagens de texto.
E se quiser guardar GIFs no seu telemóvel ou computador? Na verdade, não é preciso. Lembre-se que os sites de alojamento de imagem utilizam HTML5 para carregar os GIFs e toda essa qualidade adicional perde-se quando faz download do GIF. Se precisa de manter um registo dos seus GIFs favoritos, pode criar uma conta num site de alojamento de imagens e adicionar os GIFs aos seus “favoritos”.
Como Criar o Seu Próprio GIF
Independentemente do método de criação que escolher, terá de começar com um vídeo (a não ser que esteja a criar um GIF de raiz, mas não se preocupe com isso). Pode utilizar um vídeo que tenha gravado no seu telemóvel ou um vídeo que tenha encontrado no YouTube; isso não importa.
O vídeo pode ser longo ou curto; isso não interessa. Qualquer plataforma de criação de GIF que use irá ajudá-lo a reduzir o vídeo ao tamanho adequado para um GIF. Poderá até permitir adicionar texto e efeitos, se desejar.
Estas são as melhores plataformas para criar GIFs:
Sites de criação de GIF: Existem inúmeros sites de criação de GIFs. Sugerimos que utilize as ferramentas de vídeo para GIF do Imgur, Gifycat ou GIPHY, pois são fáceis de usar e produzem vídeos HTML5, que são tecnicamente superiores aos ficheiros GIF tradicionais. Carregue um vídeo para o criador de GIF ou forneça um link do YouTube ou do Vimeo. Depois, terá à sua disposição diversas opções para cortar e personalizar o seu GIF.
Através de uma aplicação: Sim, também é possível criar GIFs em movimento. O GIPHY CAM (iOS/Android) e o GIF Maker (iOS/Android) são das aplicações de criação de GIF mais populares. Insere um vídeo no criador de GIF e ajusta-o às suas necessidades. (Também pode criar GIFs no Google Gboard em Android e iOS.)
Com software de arte digital: Pode criar GIFs no Photoshop, GIMP, Sketchbook e outras aplicações de arte digital populares, mas este processo é mais trabalhoso. Esta é uma boa opção se pretende ter controlo total sobre o seu GIF. (Lembre-se que plataformas como a Gifycat criam vídeos em HTML5 que têm uma qualidade superior aos GIFs normais.)
Recomendamos a utilização de um site de criação de GIFs para evitar complicações ou desilusões. Num site de criação de GIFs, pode copiar um link para o seu GIF e publicá-lo na web. Mas não se esqueça das suas credenciais de login, ou corre o risco de perder o seu GIF para sempre!
A tentar acompanhar as novidades da cultura da internet? Talvez seja altura de aprender algumas gírias da internet como TFW, YEET ou TLDR.