A avaliação do desempenho, da funcionalidade e de outros aspectos é fundamental para identificar falhas em sua aplicação, permitindo otimizar sua usabilidade, segurança, estabilidade e eficiência geral.
A detecção precoce de problemas possibilita a implementação de correções rápidas, garantindo que a qualidade da aplicação seja excepcional.
Desta forma, você estará apto a desenvolver aplicações de alta qualidade para seus clientes ou usuários, proporcionando uma experiência sem dificuldades. Consequentemente, a entrega da sua aplicação será bem-sucedida, recompensando todo o esforço investido nas fases de idealização, planejamento, execução e implementação.
O processo de testar uma aplicação é abrangente, pois diversos aspectos precisam ser verificados para assegurar seu bom funcionamento. É necessário avaliar se os recursos estão funcionando corretamente, como está a interface, o desempenho, e assim por diante.
Portanto, existem diferentes modalidades de testes de aplicações que você precisa conhecer.
E é exatamente isso que abordaremos aqui!
Vamos então entender alguns conceitos básicos antes de explorarmos os tipos de testes de aplicações.
O que é Teste de Aplicação?
Teste de aplicação é um processo de avaliação de software, realizado através de scripts, para identificar erros em uma aplicação e aprimorar seu desempenho, operação, estabilidade e outros elementos.
Ele auxilia no aperfeiçoamento da qualidade da aplicação, maximizando o retorno sobre o investimento (ROI) e economizando tempo, esforço e custos de desenvolvimento. Assegura que todas as partes de uma aplicação funcionem de maneira ideal, proporcionando uma excelente experiência ao usuário.
O teste de aplicação verifica a existência de falhas em toda a aplicação, incluindo cada módulo, código, recurso e componente. Existem diversas modalidades de testes de aplicação, como teste de desempenho, teste de funcionalidade, teste de carga, teste de interface do usuário, entre outros.
Vários profissionais estão envolvidos no teste de aplicações, como testadores, gestores, desenvolvedores e usuários finais. O ciclo de vida de um teste de aplicação envolve as seguintes fases:
- Análise dos requisitos de teste
- Planejamento e concepção dos testes
- Execução dos testes
- Análise dos resultados
- Relato de bugs
Diferentes Tipos de Testes de Aplicações
Os testes de aplicações são categorizados em dois grandes grupos:
- Testes Funcionais
- Testes Não Funcionais
Vamos detalhar cada um deles e suas respectivas modalidades.
Testes Funcionais
O teste funcional consiste em avaliar uma aplicação com base em seus aspectos funcionais. Verifica cada funcionalidade da aplicação para garantir que tudo esteja operando conforme o esperado. Os testes funcionais podem ser realizados manualmente ou através de ferramentas de automação.
Os diferentes tipos de testes funcionais são:
#1. Teste de Unidade
O teste de unidade consiste em avaliar cada módulo ou componente de uma aplicação individualmente, para garantir que esteja funcionando conforme o projetado. Esse processo requer conhecimento em linguagens de programação e é conduzido pelos programadores, não pelos testadores. O teste de unidade é minucioso, pois cada módulo e seu código devem ser cuidadosamente examinados, podendo ser necessário desenvolver drivers de teste.
Os testes de unidade podem ser realizados manualmente ou utilizando ferramentas, sendo que estas últimas proporcionam maior cobertura e desempenho. Algumas ferramentas para teste de unidade são: NUnit, JUnit, PHPUnit, TestNG, entre outras.
#2. Teste de Integração
Após a integração dos módulos, é crucial verificar se eles estão funcionando corretamente como um conjunto. A integração de diversos módulos pode gerar bugs. Portanto, o teste de integração consiste em avaliar a funcionalidade combinada de cada módulo integrado de uma aplicação.
O teste de integração verifica módulos, geralmente aplicações ou partes de código, em uma determinada rede. É frequentemente usado em sistemas distribuídos e aplicações cliente-servidor. Requer um número menor de testes em comparação com o teste de unidade e pode ter abordagens diferentes, como top-down, sanduíche e bottom-up.
Ferramentas para testes de integração incluem Selenium, Protractor, IBM Rational Functional Tester, etc.
#3. Teste de Sistema
O teste de sistema é realizado para verificar a funcionalidade do sistema como um todo, de acordo com os requisitos do cliente. Abrange todas as partes do sistema integrado, com o objetivo de produzir uma aplicação que atenda às especificações necessárias.
O teste de sistema é um tipo de teste de caixa preta, também conhecido como teste de cenário de ponta a ponta, que é aplicado a uma aplicação ou sistema totalmente integrado. Ele verifica cada entrada cuidadosamente para garantir que a saída desejada seja alcançada.
Algumas das ferramentas para teste de sistema são Cucumber, Karma, Jasmine, entre outras.
#4. Teste de Sanidade
O teste de sanidade verifica se uma nova versão da aplicação está funcionando corretamente ou se deve ser rejeitada para testes mais profundos. É executado em aplicações estáveis para garantir que nenhuma alteração ou correção de defeitos comprometa a funcionalidade principal da aplicação após o teste de regressão.
Se uma aplicação falha em seu uso inicial, ela não é considerada estável o suficiente para realizar testes adicionais. Nesse caso, a aplicação precisa ser corrigida e estabilizada para testes subsequentes.
O teste de sanidade é realizado manualmente, analisando o comportamento da aplicação após modificações em uma determinada parte.
#5. Teste de Fumaça
Quando a equipe de desenvolvimento entrega uma nova versão da aplicação, a equipe de testes verifica se não há grandes problemas e se a aplicação está estável para realizar testes completos.
Caso a equipe de testes identifique que a funcionalidade principal da aplicação está comprometida na fase inicial, a nova versão pode ser rejeitada, com a comunicação à equipe de desenvolvimento. O teste de fumaça é realizado antes de um teste de regressão ou funcional detalhado, para rejeitar aplicações problemáticas e economizar tempo da equipe de controle de qualidade testando e instalando a aplicação.
O teste de fumaça pode ser feito manualmente ou usando ferramentas de automação, como Selenium.
#6. Teste de Interface
A forma como diferentes componentes de uma aplicação, como banco de dados e servidor, se comunicam entre si pode afetar seu desempenho global, sendo fundamental testar a interface.
O teste de interface verifica se os componentes da aplicação se comunicam e trocam dados corretamente. Também avalia o tratamento de erros, garantindo que todos os componentes funcionem sem problemas e se comportem adequadamente com outros componentes.
Além disso, o teste de interface valida se todos os softwares e hardwares suportados foram testados e se os documentos vinculados oferecem suporte a diferentes plataformas. Ele também verifica se a segurança é mantida durante a interação entre os componentes e a eficiência da aplicação no gerenciamento de falhas de rede.
Algumas ferramentas para testes de interface são Fiddler, Rest Assured, Postman, entre outras.
#7. Teste de Regressão
O teste de regressão consiste em avaliar uma aplicação completa para verificar como ela funciona após qualquer modificação em funcionalidades, componentes ou módulos. Seu objetivo é garantir que as funcionalidades existentes da aplicação permaneçam inalteradas após novas modificações.
Existem várias ferramentas de teste de regressão disponíveis, como Subject 7, TestSigma, Testimony, TestComplete, entre outras.
#8. Teste Alfa
O teste alfa tem como objetivo identificar todos os defeitos, bugs e problemas em uma aplicação antes do seu lançamento para os consumidores ou para o cliente. Este teste garante que os usuários obtenham uma aplicação livre de bugs e erros, avaliando sua qualidade e prontidão para os testes Beta.
O teste alfa é realizado nas instalações do desenvolvedor ou internamente em um ambiente virtual, simulando um ambiente de usuário real. Este teste ocorre ao final do desenvolvimento da aplicação, antes do teste Beta.
Você pode utilizar ferramentas como QA Mentor, SoapUI, entre outras, para os testes alfa.
#9. Teste Beta
O teste beta é realizado pelo cliente ou por um número limitado de usuários em um ambiente real, com o objetivo de avaliar a funcionalidade geral, usabilidade e desempenho de uma aplicação antes de disponibilizá-la para uso geral. Este teste ocorre após o teste alfa.
O teste beta verifica se a aplicação possui bugs ou erros, se funciona sem problemas, com desempenho ideal e se é fácil de usar. A equipe de desenvolvimento coleta feedback dos usuários para aprimorar áreas que precisam de melhorias, podendo realizar alterações para otimizar sua funcionalidade, desempenho, segurança e usabilidade.
As versões Beta de algumas aplicações são um indicativo de que a aplicação está em fase de teste Beta. Ao concluir o teste e a aplicação ser aprimorada, ela é disponibilizada para uso geral. Ferramentas para testes Beta incluem: TestRail, UberTesters, TestFairy, Zephyr, entre outras.
Testes Não Funcionais
Testes não funcionais são aqueles que avaliam aspectos não funcionais de uma aplicação, como usabilidade, desempenho e segurança. Eles são realizados após os testes funcionais.
O objetivo do teste não funcional é aprimorar a qualidade de uma aplicação, garantindo seu bom funcionamento e proporcionando uma ótima experiência ao usuário. Geralmente, esses testes não são executados manualmente, sendo necessário o uso de ferramentas de automação.
Vejamos alguns tipos de testes não funcionais para suas aplicações:
#1. Teste de Desempenho
O teste de desempenho verifica se uma aplicação funciona conforme o esperado, identificando problemas que possam estar diminuindo seu desempenho. Ao entender os problemas de desempenho através deste tipo de teste, você poderá otimizar a velocidade, tempo de resposta, utilização de recursos, rendimento e outros aspectos da sua aplicação.
Você pode utilizar ferramentas como Rational Performance Tester, Apache JMeter, LoadNinja, entre outras, para testar o desempenho da sua aplicação.
#2. Teste de Carga
O teste de carga é um subconjunto do teste de desempenho que verifica quanta carga uma aplicação pode suportar antes que seu desempenho comece a ser prejudicado.
Este teste é realizado executando diversos testes de carga para verificar a capacidade máxima da aplicação sob uma carga específica. Ele também identifica problemas que podem prejudicar o desempenho da aplicação.
Ferramentas de teste de carga, como WebLOAD e LoadRunner, são úteis para determinar a capacidade de carga da sua aplicação.
#3. Teste de Estresse
Ao sobrecarregar um sistema ou aplicação além de sua capacidade, é importante saber quando e como ele irá falhar. Este tipo de teste é chamado de teste de estresse. Ele é executado sob cargas extremas, como sobrecarregar a capacidade de armazenamento, cargas pesadas de banco de dados e entradas contínuas.
O teste de estresse tem como objetivo verificar a estabilidade e a confiabilidade de uma aplicação, garantindo sua resiliência mesmo durante picos de uso. Ele avalia a capacidade de gerenciamento de erros e o desempenho da aplicação sob cargas pesadas, garantindo que ela não falhe nessas condições.
Ferramentas como NeoLoad, JMeter, LoadView e StressStimulus são úteis para testes de estresse.
#4. Teste de Volume
O teste de volume é um tipo de teste de desempenho no qual uma aplicação é submetida a grandes volumes de dados para verificar seu tempo de resposta e comportamento. Grandes volumes de dados no banco de dados de uma aplicação afetam sua velocidade de processamento e tempos de resposta. Este teste também é conhecido como teste de inundação.
Assim, você pode verificar a eficiência da aplicação em termos de grandes volumes de dados, ao mesmo tempo em que identifica problemas que reduzem o seu desempenho. Identificar esses problemas ajuda a corrigi-los rapidamente e otimizar o desempenho.
As equipes de teste de desempenho conduzem testes de volume. Algumas das ferramentas que você pode utilizar são DbFit, NoSQLMap, HammerDB, entre outras.
#5. Teste de Segurança
O teste de segurança verifica o quão segura uma aplicação está contra ameaças externas e internas, como programas maliciosos, ataques DDoS, vírus e outras ameaças cibernéticas. Essas ameaças podem vir de agentes internos de uma organização ou invasores externos.
A realização de testes de segurança também avalia os recursos de autenticação e autorização de uma aplicação, verificando se são seguros o suficiente. Este teste auxilia na identificação de vulnerabilidades e brechas de segurança que podem ser exploradas, possibilitando a correção desses problemas e garantindo a segurança da aplicação.
Além disso, o teste de segurança ajuda a entender o comportamento da aplicação sob ataque ou programas maliciosos, e sua capacidade de se recuperar após um ataque ou manutenção.
O teste de segurança é frequentemente realizado por uma equipe de testes especializada, que simula formas de hacking para verificar a segurança da aplicação. Ferramentas como ImmuniWeb, Wapiti, Acunetix e Google Nogotofail podem ser utilizadas para testes de segurança.
#6. Teste de Compatibilidade
Atualmente, os usuários acessam aplicações por meio de diversas plataformas, como iOS, Android, Mac, PC e Linux, além de diferentes navegadores e configurações. Portanto, é essencial avaliar a compatibilidade de sua aplicação com diferentes plataformas.
O teste de compatibilidade avalia como uma aplicação funciona e se comporta em diferentes plataformas, servidores web, ambientes de rede e configurações de hardware. Ele garante que uma aplicação funcione de maneira ideal em diferentes navegadores, configurações, bancos de dados e versões de software.
Você pode usar ferramentas como HeadSpin, que permite executar testes entre navegadores em milhares de dispositivos reais na nuvem. Os usuários podem testar a capacidade de resposta de seu aplicativo móvel ou site e monitorar sinais vitais de desempenho, como testes de carga em ambientes reais, para obter resultados precisos.
Vantagens:
- Teste em milhares de dispositivos reais para 100% de precisão.
- Marque e compartilhe bugs com integrações como JIRA, Slack e Trello.
- Verifique e meça a qualidade do áudio em todo o mundo para aplicativos de streaming de áudio e habilitados para fala. Visualize aplicativos e monitore a experiência de áudio em tempo real.
Outras ferramentas incluem CrossBrowser Testing, LambdaTest e Experitest.
#7. Teste de Confiabilidade
O teste de confiabilidade verifica se uma aplicação pode funcionar sem falhas por um período específico em um determinado ambiente, garantindo que seja confiável o suficiente para executar seu propósito sem problemas.
Este teste avaliará se a sua aplicação funcionará corretamente e entregará a saída desejada sempre que for utilizada. Por exemplo, testar a probabilidade de um computador funcionar por sete horas sem travar.
O teste de confiabilidade detecta falhas repetidas, a frequência de falhas em um período específico e as causas das falhas, para que possam ser corrigidas de forma fácil e rápida. Este teste pode incluir testes de carga da aplicação, testes de regressão e testes de recursos.
Você pode utilizar ferramentas como RCM, Weibull++ e SOFTREL para testes de regressão.
#8. Teste de Usabilidade
O teste de usabilidade avalia a facilidade com que um usuário pode entender e utilizar uma aplicação sem dificuldades ou problemas. Ao identificar problemas ou dificuldades durante o uso, é importante documentá-los.
Geralmente, o teste de usabilidade verifica a navegação da aplicação, garantindo que o usuário possa chegar facilmente ao destino desejado e realizar suas tarefas sem problemas.
Para os testes de usabilidade, um número limitado de usuários ou o cliente é convidado a utilizar a aplicação. Neste momento, você deve observar como eles interagem com a sua aplicação e se eles precisam de ajuda. Documentar o feedback obtido ajudará você a aprimorar a experiência do usuário.
Algumas ferramentas de teste de usabilidade são CrazyEgg, Optimizely e TryMyUI.
#9. Teste de Aceitação
O teste de aceitação é o último teste de aplicação na fase de testes. Ele é realizado pelo usuário final ou pelo cliente para validar se a aplicação atende a todos os critérios especificados, como preferências e requisitos.
Seu cliente aceitará a aplicação que você desenvolveu se seus recursos, funções, usabilidade e desempenho estiverem de acordo com suas necessidades. Caso esteja tudo correto, a aplicação é aprovada para produção. Se o cliente identificar algo que precisa ser melhorado, você pode precisar realizar as devidas modificações.
Por que são Necessários Diferentes Tipos de Testes de Aplicações?
As aplicações de software se tornaram essenciais no estilo de vida moderno, tanto na vida pessoal quanto profissional. Utilizamos aplicações para compras online, serviços bancários, entretenimento, estudo, trabalho em casa, videoconferências e diversas outras finalidades.
Assim, os usuários buscam aplicações totalmente funcionais que facilitem suas vidas e ofereçam alto desempenho, usabilidade e funcionalidade para que possam executar as ações desejadas com rapidez, precisão e facilidade.
Essa demanda exige que você desenvolva aplicações que atendam a todos esses requisitos para satisfazer os usuários finais e impulsionar seus negócios. O processo de testar uma aplicação requer a avaliação de diversos aspectos de um sistema, como recursos, funcionalidade, desempenho, facilidade de uso, interface e confiabilidade.
Existem inúmeros tipos de testes de aplicações que você pode escolher de acordo com suas necessidades. Conhecer os diferentes tipos de testes ajudará você a avaliar exatamente os parâmetros necessários para sua aplicação.
Por exemplo, se você precisa verificar como sua aplicação funciona no Android, é preciso realizar testes de compatibilidade. Mas se você desconhece a existência de um teste desse tipo, como poderá utilizá-lo?
Esperamos que você tenha compreendido.
Ao realizar o tipo ideal de teste de aplicação, você poderá otimizar sua aplicação para um determinado parâmetro. Além disso, você poderá executar testes para todos os tipos de problemas que possam surgir. Assim, ele ajudará você a:
- Aprimorar os recursos e a funcionalidade da aplicação
- Eliminar erros facilmente
- Melhorar o desempenho da aplicação
- Garantir a segurança da aplicação
- Torná-la compatível com diversas plataformas, configurações de hardware e ambientes
- Reduzir custos desnecessários
- Melhorar a facilidade de uso
- Aumentar a confiabilidade e a estabilidade da aplicação
- Otimizar a qualidade geral da sua aplicação
Conclusão
Para produzir uma aplicação de alta qualidade, você precisa verificar diversos aspectos, como desempenho, funcionalidade, usabilidade, estabilidade e confiabilidade. Portanto, conhecer os diferentes tipos de testes de aplicações é fundamental.
As informações apresentadas sobre os tipos de testes de aplicações ajudarão você a entender onde eles são aplicáveis para identificar falhas e corrigi-las rapidamente, proporcionando uma aplicação fácil de usar e com alta qualidade que os usuários irão adorar.
Em seguida, você pode explorar algumas das ferramentas de automação de teste de aplicações.