Descoberta de Gás em Chipre Consolida Mediterrâneo Oriental como Polo Energético para Europa

Uma recente e significativa descoberta de gás natural na costa de Chipre, anunciada por um consórcio da ExxonMobil e Qatar Energy International, sublinha a dinâmica em evolução da segurança energética global. Esta mais recente descoberta reforça a crescente importância estratégica do Mediterrâneo Oriental como uma potencial fonte de energia alternativa para a Europa, especialmente face aos esforços contínuos para diversificar as cadeias de abastecimento energético e fortalecer as parcerias energéticas regionais.

  • A descoberta de gás natural Pegasus-1 foi feita pelo consórcio ExxonMobil e Qatar Energy na costa de Chipre.
  • É a segunda descoberta do consórcio no Bloco 10, onde o poço Glaucus-1 (2019) contém 3,7 trilhões de pés cúbicos.
  • Pegasus-1 é o sexto depósito de gás natural identificado na zona econômica de Chipre nos últimos 14 anos.
  • Outras reservas significativas incluem Afrodite (5,6 TCF), Cronos (3,1 TCF) e Zeus (2,5 TCF).
  • As novas descobertas podem ajudar a Europa a reduzir sua dependência de hidrocarbonetos russos.
  • Existem acordos com o Egito para transporte e exportação de gás para mercados europeus.

A Descoberta Pegasus-1 e Suas Características

A nova descoberta foi feita no poço Pegasus-1, localizado a aproximadamente 190 quilômetros (118 milhas) a sudoeste de Chipre, a uma profundidade de água de 1.921 metros (6.302 pés). Embora não tenham sido fornecidas estimativas imediatas da quantidade de gás, avaliações adicionais estão previstas para os próximos meses a fim de apurar os resultados. Esta é a segunda descoberta para o consórcio ExxonMobil-Qatar Energy na zona econômica exclusiva de Chipre, especificamente no Bloco 10, onde o seu poço Glaucus-1, descoberto em 2019, estima-se conter 3,7 trilhões de pés cúbicos de gás natural.

O Panorama Energético do Mediterrâneo Oriental

O poço Pegasus-1 representa o sexto depósito de gás natural identificado na zona econômica de Chipre nos últimos 14 anos, sinalizando uma tendência consistente de descobertas significativas. Outras descobertas notáveis incluem os poços Zeus e Cronos no Bloco 6, operados por um consórcio composto pela italiana Eni e pela francesa Total, com Cronos estimado em 3,1 trilhões de pés cúbicos e Zeus em 2,5 trilhões de pés cúbicos. O campo mais antigo, Afrodite, no Bloco 12, operado por um consórcio da Chevron, NewMed Energy e Shell, estima-se conter 5,6 trilhões de pés cúbicos de gás.

Implicações Geopolíticas e Econômicas

Estas reservas emergentes detêm substanciais implicações geopolíticas e econômicas. John Sitilides, pesquisador sênior do Foreign Policy Research Institute, destacou que as novas descobertas no Mediterrâneo Oriental poderiam ajudar a Europa a reduzir sua dependência de hidrocarbonetos russos, promovendo assim maior independência energética. Isso também fortalece uma parceria energética incipiente entre Chipre, Grécia e Israel. Acordos já estão em vigor com o Egito para transportar gás de campos como Cronos e Afrodite via gasoduto, seja para consumo doméstico no Egito ou para processamento em instalações egípcias visando a exportação para mercados europeus e outros mercados internacionais.

Potencial para Colaboração Futura

Olhando para o futuro, há um potencial crescente para uma colaboração aprimorada entre os vários grandes atores energéticos que operam na região. O Ministro da Energia cipriota, George Panastasiou, indicou que entidades como ExxonMobil, Eni e Total poderiam potencialmente formar parcerias para desenvolver conjuntamente seus depósitos de gás próximos. Tal cooperação poderia otimizar o desenvolvimento de infraestruturas, acelerar a extração de gás e aumentar a capacidade coletiva da região para contribuir com o fornecimento global de energia, solidificando assim o papel do Mediterrâneo Oriental como um centro energético vital.