Análise Detalhada do Rastreador de Fitness mymonX
Vamos explorar o mymonX, um rastreador de fitness que promete monitoramento inovador, incluindo glicose e pressão arterial. A pergunta que surge é: será que um dispositivo vestível não invasivo realmente consegue monitorar esses parâmetros com precisão? A Aitis, empresa fabricante, assegura que o mymonX, disponível por US$ 250, realiza essa proeza. Enquanto gigantes como Apple e Fitbit acenam com a possibilidade de monitoramento de glicose, a mymonX já se aventura nesse terreno com medições de glicemia e pressão arterial, combinando tecnologias de eletrocardiograma (ECG) e fotopletismografia (PPG). Mas, será que esse dispositivo entrega o que promete?
Conclusões Principais
- O rastreador mymonX tenta monitorar glicose e pressão arterial, porém, suas capacidades são limitadas e carecem de validação científica.
- O design do aparelho é robusto e à prova d’água, mas seu peso é superior ao de concorrentes.
- A bateria do mymonX tem boa durabilidade e o monitoramento cardíaco é preciso, mas peca na detecção automática de exercícios e no rastreamento do sono.
O rastreador mymonX se destaca pela proposta inovadora de monitoramento de glicose e pressão arterial, ainda que não possua comprovação científica. Esses recursos, apesar de funcionais, apresentam limitações com falhas frequentes nos sensores e falta de alertas.
Marca | Aitis |
Duração da bateria | 5 a 7 dias |
Tela | IPS TFT 1.3″ 240 x 240px |
Detecção de Treino | Não |
Peso | 200g (7 onças) |
Prós:
- Monitoramento de glicose apresenta resultados com alguma precisão.
- Medições de pressão arterial mostram alguma consistência.
- Desempenho ágil do dispositivo.
- Boa duração da bateria.
Contras:
- Não possui detecção automática de atividades.
- Rastreamento do sono é deficiente.
- Notificações pouco eficientes.
- Dependência do GPS do smartphone.
Embora não seja possível afirmar a exatidão das medições devido à falta de equipamentos de nível médico para comparação, o rastreador mymonX parece apresentar algum grau de precisão no monitoramento de condicionamento físico. Ele pode ser útil como ferramenta complementar de medição, mas não como substituto para aconselhamento médico.
Design e Construção
O mymonX apresenta uma estética similar aos smartwatches da Samsung Galaxy, com um corpo metálico, pulseira de silicone preta e um botão físico para ativar a tela. Inclui ainda um sensor de movimento. A tela LCD TFT touch de 1,3 polegadas exibe um relógio analógico, frequência cardíaca e nível de bateria. Um sensor de ECG está localizado na borda inferior direita, e sensores adicionais de ECG e PPG na parte traseira.
O relógio demonstra robustez e resistência à água, sobrevivendo a imersões em água salgada e diversos banhos, confirmando sua classificação IP68. Apesar de confortável e resistente à água, seu peso de 200g o torna mais volumoso do que concorrentes como o Fitbit Versa 4.
Funcionalidades Principais
Monitoramento de Oxigênio no Sangue e Frequência Cardíaca
O mymonX monitora o oxigênio no sangue (SpO2) e a frequência cardíaca usando seu sensor PPG, com uma precisão comparável à de um Fitbit Versa Lite e de um monitor de pressão arterial (margem de 10% e alguns batimentos por minuto, respectivamente). Apesar da dificuldade em rastrear SpO2, o dispositivo funciona de maneira similar a outros vestíveis, com algumas falhas e quedas na medição.
Sensor de ECG
O sensor de ECG possui dois modos de uso: com o dedo tocando o sensor e com os sensores traseiros em contato com a pele. O ECG oferece leituras mais precisas que o PPG devido à sua melhor condutividade. No entanto, um ECG no pulso tende a ser menos preciso do que uma pulseira Polar. Não foi possível comparar o nível de precisão do mymonX com uma pulseira Polar.
Monitoramento de Pressão Arterial e Glicose no Sangue
Apesar da impossibilidade de verificar a precisão das medições de glicose, o mymonX parece detectar flutuações nos níveis de glicose e pressão arterial. As leituras de glicose aumentavam após refeições e diminuíam após exercícios, assim como as medições de pressão arterial, que variavam de acordo com a atividade física. Esses resultados se alinharam com um medidor de cetona e um monitor de pressão arterial, sugerindo que o dispositivo pode ser útil para quem se preocupa com glicose ou pressão alta, embora não seja possível confirmar se a precisão equivale à de um rastreador de nível médico. Não foram observadas quedas frequentes dos sensores.
Rastreamento de Exercícios e GPS
O dispositivo oferece suporte a diversos exercícios rastreados manualmente, mas seus recursos são inferiores aos de concorrentes. O mymonX utiliza o GPS do smartphone, o que pode contribuir para a duração da bateria. É necessário levar o celular para monitorar corridas. O dispositivo não monitora atividades menos intensas como caminhadas, e carece de detecção automática de exercícios, exigindo configuração e desativação manual. O monitoramento de exercícios também apresentou travamentos, resultando na perda de alguns dados.
Rastreamento do Sono
O rastreamento do sono do mymonX não se destaca pela precisão. Comparado a um Fitbit e um polissonógrafo, o mymonX apresenta imprecisões nos estágios de sono e não detecta o sono REM. O dispositivo foca em outros aspectos do monitoramento de saúde, economizando recursos no monitoramento do sono. Para quem busca um rastreador de sono preciso, o mymonX não é a melhor opção.
Tela e Interface do Usuário
A navegação no dispositivo é intuitiva, com a interface similar a um Fitbit. Deslizar para baixo exibe notificações e deslizar para a direita apresenta métricas biométricas, incluindo glicemia e pressão arterial. Cada deslize para a direita exibe uma estatística biométrica diferente. Contudo, a leitura da glicemia nem sempre está disponível, devido à dependência dos sensores de ECG ou de umidade suficiente para condução elétrica.
O dispositivo não integra serviços como IFTTT, Zapier ou Strava. Não há alertas de pressão arterial ou glicose, apenas de frequência cardíaca. A falta de alertas para glicose e pressão arterial, considerando que esses são seus principais diferenciais, é uma grande omissão.
Duração da Bateria
A duração da bateria, que era estimada em dez dias, alcançou seis dias durante os testes, com um consumo elevado ao utilizar os sensores.
Usabilidade e Conforto
O conforto é subjetivo, mas o relógio não causou irritação na pele após dez dias de uso constante. Seu tamanho e volume, contudo, não o tornam ideal para quem trabalha com atividades manuais.
Comparações
Com o preço de US$ 250, o mymonX enfrenta forte concorrência de marcas como Fitbit e Apple. Apesar de não medirem pressão arterial e glicose, a falta de validação científica do mymonX é uma grande desvantagem, especialmente em comparação com o Fitbit, que oferece precisão no rastreamento de sono e atividade.
Google e Apple estão trabalhando em rastreadores de glicose baseados em PPG, que, quando lançados, deverão ser comparáveis a rastreadores de nível médico. Até o momento, em 2023, nenhuma empresa lançou um relógio de monitoramento de condicionamento físico de pulso cientificamente validado que utilize sensores PPG para medir glicose. Existem diversos rastreadores que monitoram glicose sem validação científica, mas, até agora, nenhum deles oferece leituras de pressão arterial. A medição da pressão arterial por meio de PPG é possível e comparável à de um manguito, como demonstrado por um estudo da Universidade de San Diego, que desenvolveu um sensor óptico montado no dedo capaz de medir pressão arterial com precisão. O mymonX, infelizmente, não utiliza essa tecnologia.
Devo Comprar um Rastreador de Fitness Vestível mymonX?
O mymonX é um dispositivo promissor, com funcionalidades inovadoras para monitorar glicose e pressão arterial. No entanto, ele requer correção de bugs de software e validação científica. A falta de validação impede o uso do relógio para questões de saúde. O rastreamento de fitness e sono deixa a desejar, quando comparado a concorrentes.
O rastreador mymonX se destaca pela proposta inovadora, embora fique aquém em vários aspectos, exceto no monitoramento de glicose e pressão arterial, que são funcionais, mas não comprovados cientificamente. Mesmo esses recursos apresentam limitações, com falhas nos sensores e falta de notificações.