A escolha da distribuição Linux ideal não é tarefa simples. Quando a decisão se resume a dois fortes candidatos como o Linux Mint e o Ubuntu, o desafio se intensifica. Ambos se apresentam como excelentes alternativas para quem está começando no universo Linux.
Se você está aqui, provavelmente se encontra indeciso sobre qual opção seguir.
Neste guia, vamos explorar as particularidades do Linux Mint e do Ubuntu. Analisaremos diversos aspectos para garantir uma comparação justa, incluindo facilidade de uso, adaptabilidade, segurança, estabilidade e suporte.
Vamos começar.
O que define o Linux Mint?
O Linux Mint é uma distribuição que se baseia no Debian e no Ubuntu. Ele se destaca por sua interface intuitiva, que se assemelha ao Windows em vários aspectos.
Ele é uma escolha popular entre novos usuários, posicionando-se como uma alternativa robusta ao macOS da Apple e ao Windows da Microsoft.
E por que não seria? Ele oferece uma interface familiar, combinada com uma excelente facilidade de uso. A essência do Linux Mint é proporcionar um sistema operacional elegante, moderno e agradável.
Após a instalação, o sistema está pronto para uso. Ele inclui suporte multimídia completo e não exige investimentos adicionais. Seu foco em uma abordagem orientada pela comunidade garante melhorias constantes, impulsionadas por usuários como você.
Em termos de pacotes de software, o Mint oferece acesso a mais de 30 mil opções. Além disso, ele apresenta um alto nível de segurança, o que é particularmente valioso para novos usuários.
Histórico
A jornada do Linux Mint teve início em agosto de 2006, com o lançamento de sua versão inicial, Linux Mint 1.0. Pouco tempo depois, em novembro de 2006, Clement Lefebvre, desenvolvedor francês e criador do Linux Mint, lançou o Linux Mint 2.0. Esta versão marcava a transição para o ambiente de desktop GNOME, baseado no Ubuntu.
Nos anos seguintes, o Mint ganhou popularidade graças à sua abordagem diferenciada. Um marco importante ocorreu em 2010, quando ele adotou uma interface de desktop GNOME 2, mais rápida e estável.
O Mint é hoje um dos sistemas operacionais mais populares, oferecendo três versões principais: Cinnamon, Xfce e MATE. Ele também se destaca por oferecer versões com suporte de longo prazo.
Prós e contras
A seguir, apresentamos os pontos fortes e fracos do Linux Mint.
Prós 👍
- Interface intuitiva e de fácil aprendizado.
- A versão Cinnamon oferece uma interface semelhante ao Windows, o que é ideal para quem migra do Windows.
- O Mint é uma distribuição orientada pela comunidade, com espaço para feedback de qualquer usuário.
- Oferece um sistema operacional confiável, pronto para uso imediato.
- Processo de instalação simplificado.
- Ampla gama de personalização.
- Baixa exigência de manutenção.
Contras 👎
- Não adota as últimas tendências tecnológicas, o que pode não ser ideal para quem busca experimentar novidades.
- O Mint não possui Personal Package Archive (PPA) nativo, exigindo a adição manual do PPA, o que pode ser arriscado e interromper instalações.
- Embora o Mint seja baseado no Ubuntu, ele não utiliza a versão mais recente, ficando um ou dois lançamentos atrás.
- Não oferece um Gerenciador de Dispositivos nativo.
Agora, vamos nos aprofundar no universo do Ubuntu.
O que é o Ubuntu?
O Ubuntu é uma das distribuições Linux mais populares do mercado, desenvolvida pela Canonical, uma empresa comercial. No entanto, isso não significa que você tenha que pagar para utilizá-lo.
O Ubuntu é uma distribuição Linux de código aberto e gratuita. Se você está considerando experimentar o Linux pela primeira vez, o Ubuntu é um excelente ponto de partida.
Ele oferece um ambiente GNOME de fácil uso. Similar ao Linux Mint, ele também disponibiliza diversas variantes, ideais para criadores, servidores, empresas e muito mais.
A popularidade do Ubuntu é atribuída a diversos fatores. Além da facilidade de uso, ele oferece segurança robusta, boa capacidade de personalização, diversas opções de software e forte proteção à privacidade. Além disso, ele não exige muitos recursos do sistema.
Histórico
A história do Ubuntu teve início em 2004, quando Mark Shuttleworth, desenvolvedor e empresário, buscou criar uma distribuição baseada no Debian que fosse mais amigável. O primeiro lançamento oficial foi a versão 4.10, em outubro de 2004.
Se quiser saber mais sobre sua história, confira: A história do Ubuntu.
Prós e contras
A seguir, vamos analisar os pontos positivos e negativos do Ubuntu.
Prós 👍
- Uso gratuito.
- Interface intuitiva e ideal para iniciantes.
- Funciona em diversos dispositivos, incluindo servidores, dispositivos IoT, computadores Mac, ambientes virtualizados, etc.
- Excelente opção para computação desktop, com aplicativos de produtividade pré-instalados.
- Requisitos mínimos de hardware.
- Grande apoio da comunidade.
- Excelente suporte para desenvolvedores.
- Vasta gama de aplicativos disponíveis.
- Foco em privacidade.
- Alto nível de segurança.
Contras 👎
- O ambiente de área de trabalho GNOME padrão oferece opções limitadas de personalização.
- Usuários do Windows ou Mac podem achar o Ubuntu um pouco confuso inicialmente.
- A falta de drivers de hardware pode gerar problemas.
- Suporte limitado a jogos.
- A instalação não é tão simples quanto a de outras distribuições.
Semelhanças entre Linux Mint e Ubuntu
Tanto o Linux Mint quanto o Ubuntu são construídos sobre a base do Debian. Indo mais fundo, ambos utilizam o kernel Linux. Isso significa que você terá acesso à linha de comando e poderá executar todos os comandos do Linux.
Além disso, ambos oferecem um Gerenciador de Software, que permite que você baixe diversos aplicativos.
Eles também são gratuitos e de código aberto. Você pode baixá-los e começar a usá-los sem qualquer custo. Tanto o Mint quanto o Ubuntu oferecem até 5 anos de atualizações de segurança.
Ambos já vêm com aplicativos pré-instalados e são ótimos para produtividade. Você terá acesso ao pacote de produtividade LibreOffice, ao Firefox e ao Thunderbird.
Comparação: Ubuntu x Linux Mint
Agora que já exploramos o Linux Mint e o Ubuntu, vamos comparar seus desempenhos em diversas categorias.
Caso esteja com pressa, confira a tabela com um resumo das diferenças.
Linux Mint | Ubuntu | |
Facilidade de uso | Interface intuitiva, semelhante ao Windows. Ideal para iniciantes. | Intuitivo e adequado para quem está começando no Linux. |
Ambiente de desktop e variantes | Oferece Cinnamon, Xfce e MATE. | Disponível em diversas variantes, incluindo Unity, Kubuntu, Budgie, Lubuntu, Kylin, MATE e Xfce. Também oferece o Ubuntu Studio. |
Suporte de longo prazo (LTS) | Todas as versões do Mint oferecem 5 anos de suporte. | O Ubuntu também oferece 5 anos de suporte LTS. Algumas variantes, como Kubuntu e Lubuntu, oferecem 3 anos de suporte. |
Desempenho | Rápido, com menor consumo de recursos. | Rápido, com ligeiramente maior consumo de recursos. |
Custo | Gratuito e de código aberto. | Gratuito e de código aberto. |
Gerenciador de software | Centro de Software rápido e intuitivo, com acesso a diversos aplicativos. | Gerenciador de Software lento e sujeito a bugs. |
Atualização | Gerenciador de Atualização que simplifica a atualização do sistema. | Aplicativo de atualização que facilita a atualização do sistema e de aplicativos. |
Produtividade | Pacote de produtividade LibreOffice pré-instalado. | Pacote de produtividade LibreOffice pré-instalado. |
Flexibilidade | Altamente flexível e personalizável. | Menos flexível que o Mint. |
Segurança | Boa segurança, com espaço para melhorias. | Excelente segurança e privacidade. |
Suporte | Suporte da comunidade. | Suporte pago, ideal para empresas. |
Comunidade | Comunidade ativa e boa documentação. | Comunidade sólida e documentação completa. |
#1. Facilidade de uso
Em termos de facilidade de uso, tanto o Linux Mint quanto o Ubuntu são acessíveis para configuração e uso.
A interface do Linux Mint, semelhante à do Windows, o torna uma ótima opção para quem está migrando do Windows. O Ubuntu não oferece essa similaridade, mas ainda assim não exige muito tempo de aprendizado.
No entanto, se você está começando e busca uma experiência Linux autêntica, sem qualquer interface similar ao Windows, o Ubuntu é o caminho certo.
#2. Ambiente de trabalho e variantes
Tanto o Ubuntu quanto o Linux Mint oferecem acesso a diversas variantes.
Essas variantes oferecem diferentes ambientes de área de trabalho, ou seja, os componentes que gerenciam os elementos da interface do usuário, como barras de ferramentas, ícones, papéis de parede e widgets. Os ambientes de área de trabalho são essenciais para a experiência do usuário.
O Ubuntu oferece diversas opções. Sua variante padrão, baseada no GNOME, é conhecida como Ubuntu Unity, disponível em 2D e 3D. Além disso, você também tem acesso ao Kubuntu (KDE e Plasma), Lubuntu (LXQt), Ubuntu Budgie, Ubuntu Kylin, Ubuntu MATE e Xubuntu (Xfce).
Além disso, o Ubuntu Studio é voltado para criadores de conteúdo, como designers gráficos, engenheiros e produtores de vídeo.
O Mint, por outro lado, oferece Cinnamon (padrão), MATE e Xfce. A versão Cinnamon se assemelha ao Windows, com uma abordagem moderna e inovadora.
O ambiente de área de trabalho MATE é mais tradicional, mas oferece um ambiente mais rápido. O Xfce é rápido e leve, ideal para máquinas de baixa especificação.
Como você pode ver, há muitas opções para escolher. No entanto, se você está começando, o Linux Mint Cinnamon é uma ótima opção, seguido pela variante padrão do Ubuntu, o Ubuntu Unity.
#3. Suporte de longo prazo
Ao começar a usar um sistema operacional, o ideal é utilizá-lo por um bom tempo. É por isso que o suporte de longo prazo (LTS) é fundamental.
O Ubuntu e o Linux Mint oferecem 5 anos de suporte de longo prazo. Isso significa que você receberá atualizações de sistema e, após esse período, poderá optar por atualizar para outra versão LTS.
No entanto, algumas variantes do Ubuntu, como Lubuntu e Kubuntu, oferecem apenas 3 anos de suporte LTS.
O Linux Mint oferece suporte de 5 anos para todas as suas variantes: Cinnamon, Mate e Xfce. Você receberá atualizações por cinco anos, sem se preocupar com segurança ou novos recursos.
Saiba mais sobre o Ciclo de Lançamento do Ubuntu aqui.
#4. Desempenho
Para simplificar a comparação, vamos analisar as variantes padrão do Linux Mint e do Ubuntu, ou seja, Cinnamon e Gnome.
Ambos são rápidos e não há uma diferença significativa de desempenho. No entanto, o Cinnamon do Mint tende a consumir menos memória, o que torna o sistema ligeiramente mais rápido.
Na primeira vez que você instalar uma dessas distribuições, o Linux Mint parecerá mais rápido. Mas essa diferença pode desaparecer se você estiver usando um computador mais rápido, com processador quad-core, bastante RAM e um SSD rápido.
Observação: o desempenho depende dos aplicativos ou processos em execução. As especificações do computador também influenciam o desempenho geral.
#5. Custo
O Ubuntu e o Mint são projetos de código aberto, o que significa que são gratuitos para download e uso. No entanto, há uma diferença importante.
O Linux Mint é orientado pela comunidade, enquanto o Ubuntu é desenvolvido pela Canonical, uma empresa comercial. Você pode usar ambos gratuitamente, mas o suporte do Ubuntu pode exigir um pagamento.
Para usuários não comerciais, isso não fará muita diferença. No entanto, para usuários empresariais, o Ubuntu pode ser vantajoso, pois oferece suporte profissional.
#6. Gerenciadores de software
As distribuições Linux modernas, como o Linux Mint e o Ubuntu, já vêm com gerenciadores de software, o que facilita o acesso ao software, especialmente para novos usuários.
O Ubuntu oferece o seu Centro de Software, que é intuitivo, mas pode ser lento e consumir muitos recursos. O Linux Mint oferece um gerenciador de software mais leve, que responde melhor e permite instalar softwares em poucos minutos.
Em resumo, o Centro de Software do Linux Mint é superior ao do Ubuntu.
#7. Atualização
A atualização do Ubuntu e do Mint é muito simples. O Ubuntu oferece um aplicativo de atualização de software muito prático. Uma vez aberto, ele verifica se há atualizações, baixa e instala.
O Mint também oferece um aplicativo Update Manager, que atualiza o sistema e os aplicativos instalados.
#8. Produtividade
Em termos de produtividade, o Linux Mint se destaca, especialmente por sua experiência pronta para uso. Ele oferece o pacote de produtividade LibreOffice, juntamente com o navegador Firefox.
O Ubuntu oferece uma experiência semelhante, pois também oferece acesso ao LibreOffice.
Outros aplicativos que ambos os sistemas oferecem incluem o cliente de e-mail Thunderbird e o Transmission, um cliente BitTorrent.
O Mint oferece um conjunto de aplicativos mais completo, incluindo VLC, GIMP e Pidgin.
#9. Flexibilidade
Quando se trata de distribuições Linux, as diferenças são sutis, pois todas compartilham o mesmo kernel Linux. No entanto, a flexibilidade e a capacidade de personalização diferenciam o Linux do Windows e do Mac.
O Ubuntu não se destaca muito nesse quesito, pois busca promover uma experiência unificada para desktops, dispositivos móveis e PCs com o Unity, uma abordagem semelhante à que a Microsoft tentou com o Windows (Windows 8, especificamente).
O Linux é sinônimo de “liberdade”, e o Linux Mint compreende isso muito bem. Por ser voltado para a comunidade, ele está mais aberto a mudanças.
Você pode instalar outras variantes do Ubuntu, como o Xfce ou KDE, se desejar mais flexibilidade.
#10. Segurança
O Linux é considerado um sistema operacional seguro. No entanto, ele ainda precisa de atualizações de segurança frequentes, incluindo correções de última hora ou atualizações regulares. É por isso que o Ubuntu e o Mint oferecem versões LTS com 5 anos de suporte.
O Ubuntu leva a segurança muito a sério, com uma equipe de segurança dedicada que pode ser contactada caso haja alguma vulnerabilidade. O Linux Mint não tem um aviso de segurança específico.
Além disso, se você usar uma versão não LTS, você terá apenas nove meses de suporte de segurança.
Se você busca um ambiente de sistema operacional seguro, o Ubuntu é o caminho certo, especialmente se você trabalha em um ambiente comercial. Isso não significa que o Linux Mint não seja seguro. Pelo contrário, muitos usuários podem achar as constantes atualizações de segurança do Ubuntu irritantes. Nesses casos, o Linux Mint pode ser uma escolha melhor.
#11. Suporte
O Ubuntu é a melhor opção para quem procura suporte profissional, oferecendo suporte pago para ajudar a resolver problemas, pois a Canonical gerencia o desenvolvimento do Ubuntu. Usuários comuns podem sempre contar com o suporte da comunidade.
O Linux Mint não oferece suporte pago. Em vez disso, ele é mantido pela comunidade; se você precisar de ajuda, você deverá recorrer à comunidade.
#12. Comunidade
O fato de o Linux ser de código aberto faz com que a comunidade seja parte integrante da maioria das distribuições.
Tanto o Ubuntu quanto o Linux Mint têm comunidades grandes e ativas, sem um vencedor claro.
Se você consultar as estatísticas de popularidade do DistroWatch, o Mint supera o Ubuntu em número de acessos, sugerindo uma comunidade maior.
Como usuário do Linux, a documentação é a primeira fonte de informação. Tanto o Linux Mint quanto o Ubuntu oferecem documentação muito completa, fácil de entender e disponível em diversos idiomas.
Mesmo após revisar a documentação, muitos ainda podem se sentir perdidos, e é nesse momento que os fóruns de discussão são muito úteis, permitindo que membros da comunidade respondam diretamente às suas dúvidas.
Casos de uso
Então, qual escolher? Vamos analisar alguns casos de uso para ajudar na sua decisão.
Linux Mint
Use o Mint se:
- Você busca uma experiência semelhante ao Windows (versão Cinnamon).
- Quer começar a usar rapidamente com aplicativos essenciais pré-instalados.
- Quer baixar e gerenciar softwares com facilidade (via Gerenciador de Software).
- Busca mais personalização (o Cinnamon é mais personalizável que o GNOME).
- Possui um PC ou notebook de baixa especificação.
- Busca um bom suporte da comunidade.
- Quer que todas as versões tenham suporte de longo prazo de 5 anos.
- Busca suporte multimídia pronto para uso.
- Quer um sistema operacional que ofereça um fluxo de trabalho excelente.
- Quer um sistema operacional com baixo consumo de memória.
Ubuntu
Use o Ubuntu se:
- Você quer experimentar o Linux pela primeira vez.
- Busca um sistema operacional fácil de usar.
- Quer um sistema operacional antigo, estável e consistente.
- Quer suporte pago para seus negócios ou trabalho crítico.
- Busca um ambiente de desenvolvimento.
- Quer um sistema operacional mais seguro e com foco na privacidade.
- Se interessa por Internet das Coisas (IoT) e busca um sistema operacional que ofereça bom suporte.
Considerações Finais
Não há um vencedor absoluto. Ambos têm seus prós e contras. A escolha de uma distribuição Linux é pessoal, portanto, escolha aquela que atende às suas necessidades.
O ideal é experimentar a distribuição que você deseja usar. Ambas as distribuições oferecem versões Live USB. Você pode experimentá-las sem a necessidade de instalação. Se você nunca usou o Linux, pode usar os serviços Linux em um navegador para experimentar diferentes distribuições.