A adoção de um ciclo de vida de desenvolvimento de software (SDLC) eficiente é fundamental para a produção de soluções de software de alta qualidade, de forma ágil e dentro dos limites orçamentários.
Essa abordagem otimiza o esforço e o tempo despendido pela equipe de desenvolvimento, além de garantir a satisfação dos clientes através do atendimento de suas expectativas.
A importância de compreender e implementar o SDLC reside na natureza complexa e multifacetada do desenvolvimento de software, que envolve diversas etapas. É crucial conhecer o SDLC, pois qualquer falha em uma dessas etapas pode impactar negativamente o produto final e a experiência do cliente.
Portanto, a gestão cuidadosa de todo o processo é indispensável.
Neste artigo, exploraremos o conceito de SDLC, suas fases, modelos populares e as melhores práticas para sua implementação. Acompanhe!
O que é o Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Software (SDLC)?
O Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Software (SDLC) representa um processo abrangente para a criação de soluções de software, compreendendo diferentes fases e etapas que abrangem desde a concepção até a construção, implementação e manutenção do software.
O que é o ciclo de vida de desenvolvimento de software (SDLC)?
Geralmente, o SDLC compreende sete etapas principais:
- Análise de requisitos
- Planejamento e Idealização
- Design
- Desenvolvimento
- Testes
- Implementação
- Operações e Manutenção
O SDLC abrange um plano detalhado e bem definido para cada uma dessas etapas, que as equipes de desenvolvimento utilizam para planejar, construir, testar, implementar e manter soluções de software. Este ciclo facilita a produção de software de alta qualidade que atenda às necessidades dos clientes, dentro dos limites de custos e prazos estabelecidos.
Quais são os Benefícios do SDLC?
O SDLC possibilita a avaliação da eficácia do processo de desenvolvimento e oferece oportunidades para melhorias. Ao permitir uma análise minuciosa de cada fase, maximiza a eficiência, acelera o ritmo e reduz custos em todas as etapas.
A seguir, detalhamos os benefícios do SDLC.
Metas Claras
O SDLC fornece uma estrutura com metas e planos claramente definidos para cada etapa, que as equipes de TI, desenvolvedores, designers, testadores e outros membros devem seguir, entregando resultados dentro do cronograma estipulado. A progressão para a fase seguinte só ocorre após a conclusão e aprovação da fase anterior pelo gerente.
Consequentemente, o processo se desenrola de forma organizada, evitando confusões e desperdício de recursos. Além disso, todos os envolvidos se mantêm atualizados sobre o progresso do desenvolvimento do software. Essa transparência na comunicação permite que todos contribuam de forma eficaz e alinhada.
Processo Acelerado
Com uma orientação clara e detalhada sobre as próximas etapas, a equipe executa suas tarefas sem hesitação. Isso acelera o fluxo de trabalho e os processos de aprovação, permitindo uma rápida transição para a fase seguinte.
Dessa forma, o processo geral de desenvolvimento se torna mais rápido, desde a construção até o teste e a implantação, otimizando o tempo de lançamento no mercado e oferecendo uma vantagem competitiva.
Custos Otimizados
Durante a fase de planejamento do SDLC, cada projeto recebe uma estimativa de custo viável. Essa estimativa detalha a distribuição de recursos em cada etapa, incluindo os membros da equipe, tempo alocado, ferramentas necessárias e outros fatores.
Essa previsão abrangente contribui para que a equipe alcance seus objetivos dentro do orçamento estipulado.
Produtos de Alta Qualidade
O objetivo principal do SDLC é a produção de software de alta qualidade, mantendo custos e prazos mínimos.
Com metas bem definidas, recursos adequados e uma comunicação transparente, a equipe pode desenvolver produtos com maior agilidade e ainda ter tempo para aprimorar seu desempenho, recursos e funcionalidades. Essa combinação resulta em produtos que atendem às expectativas dos clientes.
Satisfação do Cliente
A satisfação do cliente é crucial. O SDLC inicia-se com a compreensão detalhada das necessidades do cliente, antes do desenvolvimento e implantação.
A equipe discute os requisitos e planeja sua execução de forma eficaz, com o objetivo de satisfazer as necessidades do cliente. Assim, ao seguir o processo SDLC, é possível produzir aplicativos de alta qualidade de forma ágil, garantindo a satisfação do cliente.
Como o SDLC Funciona?
O ciclo de vida de desenvolvimento de software descreve as diferentes tarefas envolvidas na criação, implantação e manutenção de uma solução de software. Ele auxilia os gestores na alocação de tempo, custos e recursos entre os membros da equipe, garantindo que cada tarefa seja concluída corretamente dentro do orçamento e prazo.
O SDLC funciona como um guia abrangente para gestores, desenvolvedores, designers, testadores e membros da equipe de operações. Inclui o monitoramento regular do projeto para assegurar que ele permaneça no caminho correto e seja finalizado de acordo com as expectativas do cliente.
Em muitas equipes de desenvolvimento, as fases do SDLC são divididas em partes menores. Por exemplo, o planejamento pode incluir pesquisa de marketing e tecnologia. Além disso, algumas etapas podem se sobrepor, como o desenvolvimento e os testes, que podem ocorrer simultaneamente para criar e corrigir problemas.
Para compreender o funcionamento do SDLC, vamos analisar detalhadamente cada uma de suas fases.
Quais São as Sete Etapas do SDLC?
As sete etapas de um ciclo de vida de desenvolvimento de software (SDLC) são:
#1. Coleta e Análise de Requisitos
Antes de iniciar qualquer projeto de desenvolvimento de software, dedique tempo suficiente para compreender as necessidades reais do cliente. A falta de compreensão clara dos requisitos pode levar a resultados que não atendam às expectativas.
Reajustes ou mudanças de escopo podem resultar em perda de tempo e recursos financeiros.
Evite suposições e instruções vagas. Busque compreender os objetivos, preferências e expectativas do cliente. Nesta fase, os gestores de projeto e analistas de negócio se reúnem com o cliente para compreender detalhadamente seus requisitos, coletando informações como:
Como será o produto de software final?
- Quem são os usuários finais?
- Qual o objetivo do software?
- Que problemas ele resolve?
- Quais as expectativas do cliente em relação ao projeto?
A equipe deve trabalhar em colaboração com o cliente durante todo o ciclo de desenvolvimento, coletando feedbacks regulares e fazendo ajustes para garantir que as necessidades do cliente sejam atendidas.
Após a compreensão dos requisitos, os analistas avaliam a viabilidade do desenvolvimento do produto em termos técnicos, operacionais, econômicos, legais, de cronograma, etc. e esclarecem dúvidas. Os desenvolvedores, então, elaboram um documento de Especificação de Requisitos de Software (SRS), para manter todos os envolvidos informados.
#2. Planejamento ou Idealização
Com um SRS bem definido, a equipe de desenvolvimento planeja a melhor maneira de atingir o objetivo da criação do software. O objetivo é otimizar o processo com base em custos, velocidade, tempo e outros fatores, respeitando os requisitos do cliente.
Nesta fase, a equipe estima custos, cronogramas, recursos e esforços para a conclusão do projeto. Sem muitos detalhes técnicos, mas oferecendo uma ideia aproximada da viabilidade e do caminho a seguir. A fase também inclui a identificação de riscos, formas de mitigá-los ou minimizá-los e o planejamento da garantia de qualidade.
Desta forma, a equipe pode definir a melhor abordagem para produzir o software com riscos, custos e tempo reduzidos, além de aumentar a velocidade e a produtividade.
#3. Design
Nesta etapa do SDLC, a especificação do software é convertida em um plano de design claro. As partes interessadas revisam este documento com base na robustez do produto, avaliação de riscos, modularidade do projeto, cronograma, custos e outros parâmetros, oferecendo feedback e ajustes.
Os desenvolvedores usam este documento para construir a arquitetura do software, que serve como base para a construção no próximo estágio. Nesta fase, é possível planejar a infraestrutura, a interface do usuário e a arquitetura do sistema, garantindo que todos os aspectos funcionais e não funcionais sejam abordados. Isto ajudará na construção de cada componente de software sem retrabalho.
Além dos módulos arquitetônicos, o design também envolve a representação do fluxo de dados e da comunicação no produto com módulos externos ou de terceiros. O design interno dos módulos deve ser definido em detalhes. Ele pode ser de dois tipos:
- Design de baixo nível (LLD): Descreve a lógica funcional dos módulos, detalhes da interface, tabelas de banco de dados com tamanho e tipo, entradas e saídas, mensagens de erro, problemas de dependência e muito mais.
- Design de alto nível (LLD): Inclui o nome e a descrição do módulo, funcionalidade do módulo, dependências e relação de interface entre os módulos, diagrama da arquitetura, tabelas de banco de dados e mais.
#4. Desenvolvimento
Com o documento de design pronto, a equipe de desenvolvimento começa a criar o código-fonte para o design proposto. Esta fase é quando todos os componentes de software são construídos e montados.
Os desenvolvedores seguem as diretrizes da organização para codificação e utilizam ferramentas como linguagens de programação, depuradores, interpretadores, compiladores, ferramentas de monitoramento, segurança e DevOps. Esta etapa vai além da codificação; o código é executado em infraestruturas com redes e servidores, ou em plataformas de hospedagem como AWS Elastic Beanstalk ou Azure App Service.
Muitas organizações empregam o DevOps para integrar o desenvolvimento de software com a gestão das operações. Nesta abordagem, as equipes de desenvolvimento e operações colaboram desde o início, com processos contínuos de desenvolvimento, integração, testes, implementação, monitoramento e manutenção.
#5. Testes
Verificar o funcionamento do código e encontrar erros é essencial para garantir a qualidade do software. Por isso, após a codificação, as equipes submetem seus softwares a testes para avaliar todos os seus componentes e módulos.
Como o software é composto por diferentes elementos, diferentes testes são realizados. Os testadores avaliam a funcionalidade, o desempenho, bugs e erros com os seguintes testes:
- Testes Funcionais: teste de unidade, teste de sistema, teste de integração, teste de interface, teste de regressão, teste alfa, teste beta, teste de fumaça, etc.
- Testes Não Funcionais: teste de desempenho, teste de stress, teste de carga, teste de volume, teste de compatibilidade, teste de segurança, teste de usabilidade, teste de confiabilidade, teste de aceitação, etc.
Os testes podem ser realizados manualmente ou com ferramentas que rastreiam os problemas. Em seguida, os problemas são corrigidos. Este processo é contínuo até que o software esteja livre de bugs e atenda aos padrões de qualidade.
#6. Implementação
Após testar o software e corrigir os problemas, ele está pronto para ser implementado no ambiente de produção. Pode passar por testes de aceitação do usuário, replicando o ambiente e permitindo que desenvolvedores e clientes o avaliem.
A equipe de desenvolvimento irá receber o feedback do cliente e aprimorar o software. Em seguida, o produto é lançado para o mercado e seus usuários finais.
#7. Operações e Manutenção
O trabalho não termina com a entrega do software; ele exige monitoramento, atualização e manutenção contínuos para funcionar de forma ideal. Para atender às demandas dos usuários e riscos de segurança, são necessários novos recursos e atualizações de segurança.
A equipe de operações monitora continuamente o software, verificando seu desempenho e segurança. Qualquer problema detectado deve ser relatado e diagnosticado imediatamente.
Modelos Populares de SDLC
Os sistemas de computadores são complexos e se conectam a vários outros sistemas. Para gerenciar essa complexidade, outros modelos SDLC foram criados.
São eles:
Modelo Cascata
O modelo Cascata é o mais antigo e comum do SDLC, seguindo um caminho linear onde o resultado de uma fase é a entrada para a seguinte. Uma fase só se inicia após a conclusão da fase anterior.
Ele envolve a coleta e análise de requisitos, design do sistema, codificação e implementação, testes, implementação e manutenção. É ideal para projetos de longa duração com requisitos bem especificados, como na indústria espacial, onde a perfeição é mais importante que a flexibilidade.
Ágil
No modelo Ágil, o projeto é dividido em pequenas partes incrementais lançadas em iterações chamadas “sprints”. Cada sprint pode durar de duas a quatro semanas e, ao final, o proprietário do produto valida o resultado. Se aprovado, o produto é liberado para o cliente.
Este modelo é popular hoje em dia e oferece agilidade na criação e implantação de produtos, além de flexibilidade para adaptação a mudanças.
Modelo Incremental ou Iterativo
Este modelo divide o software em partes menores. Por exemplo, é possível criar um recurso, testá-lo e implantá-lo, coletar feedback e iterar. Após finalizar esta etapa, o próximo recurso pode ser trabalhado.
Ao concluir todos os recursos e iterações, o produto completo pode ser liberado. Este modelo envolve quatro fases: início, elaboração, construção e transição, e é recomendado para grandes aplicações.
Prototipagem Rápida
Neste modelo, protótipos são desenvolvidos antes do produto final. Eles possuem funções e desempenho limitados, mas são suficientes para avaliar as necessidades do cliente, coletar feedback e aprimorar o produto.
Envolve coleta de requisitos, design, prototipagem, avaliação do cliente, refinamento dos protótipos e implantação.
Espiral
O modelo espiral do SDLC combina abordagens de prototipagem e iterativas. Possui quatro fases: planejamento, avaliação de riscos, desenvolvimento e avaliação, seguidas em iterações até alcançar o produto desejado, atendendo aos requisitos e padrões de qualidade do cliente.
É recomendado para grandes projetos.
Modelo V
O modelo de verificação e validação (V-Model) envolve as fases de desenvolvimento e testes em paralelo. Semelhante ao modelo Cascata, mas com planejamento e testes iniciados antecipadamente. Possui duas partes:
- Fase de Verificação: análise de requisitos, design do sistema e codificação
- Fase de Validação: testes de unidade, integração, sistema e aceitação
O Modelo V é adequado para projetos menores com requisitos definidos.
Modelo Big Bang
Este modelo não tem um processo definido e exige pouco planejamento. A equipe analisa e implementa requisitos à medida que surgem, usando os recursos como entradas, mas a saída pode não atender aos requisitos. Pode ser útil para pequenos projetos.
Enxuto
A metodologia Enxuta se inspira na manufatura enxuta. Incentiva as equipes a criar um fluxo de trabalho melhor e desenvolver uma cultura de melhoria contínua. Seus princípios são: reduzir o desperdício, tomar decisões conscientes, ampliar o aprendizado, entregar mais rápido, capacitar equipes e construir de forma holística.
Práticas Recomendadas de SDLC
Aproveite o DevSecOps
- Utilize o DevSecOps para integrar a segurança ao código e ao processo SDLC. Proteja sua infraestrutura, contêineres e dependências.
- Atualize seus requisitos de segurança para mitigar novas ameaças e use a modelagem de ameaças para prever e eliminar riscos.
- Estabeleça requisitos de projetos seguros com padronização para desenvolver o código e iterar para melhorias.
- Se utilizar componentes de código aberto, escolha somente os seguros. Uma ferramenta SCA ou um analisador de código aberto podem verificar vulnerabilidades.
- Implemente revisões de código para verificar a qualidade e eliminar vulnerabilidades. Utilize uma ferramenta SAST.
- Prepare um plano eficaz de resposta a incidentes, monitorando e corrigindo problemas regularmente. Utilize testes de penetração.
- Utilize ferramentas SDLC como Jira, Asana, Git, Trello, etc. para automatizar o processo de gerenciamento do desenvolvimento de software.
Conclusão
O ciclo de vida de desenvolvimento de software (SDLC) é um processo completo, com diferentes etapas para o desenvolvimento de software, descrevendo as tarefas envolvidas em cada fase: análise, construção, implementação e manutenção.
Ao seguir um SDLC eficaz, as equipes podem produzir softwares de qualidade, atendendo às expectativas dos clientes mais rapidamente, dentro do orçamento estabelecido.