Já se deparou com a expressão “Stan” na internet? Se sim, talvez se tenha perguntado qual o seu significado. Vamos então desmistificar este termo, capacitando-o a identificar “Stans” no futuro.
Afinal, o que são Stans?
Se frequenta as redes sociais nos últimos anos, é muito provável que já tenha encontrado a palavra “stan”. Um “stan” é um fã extremamente dedicado a uma personalidade específica, seja um músico, ator, escritor ou influenciador. A principal característica dos “stans” é a sua devoção e envolvimento intensos com o universo do seu artista predileto.
O termo é utilizado como substantivo e como verbo. Uma pessoa pode identificar-se como “stan” de um artista pop, ou expressar o seu apreço por uma nova música ou filme dizendo que “stanna” essa produção.
A Origem do “Stanking”
A origem do termo “stan” remonta à canção homônima do álbum de 2001 de Eminem, “The Marshall Mathers LP”. A música narra a história de um fã obcecado chamado Stan, que envia várias cartas ao rapper. A obsessão de Stan torna-se progressivamente mais intensa e acaba por culminar em atos de violência.
Alguns especulam que Eminem terá escolhido o nome Stan como uma junção das palavras “stalker” (perseguidor) e “fan” (fã).
Passados alguns anos do lançamento da música, o termo foi adotado nos primórdios da internet para designar os fãs mais fervorosos. Desde então, evoluiu para uma expressão genérica que se refere a fãs online de diferentes artistas e personalidades mediáticas. É amplamente usado em todas as redes sociais, com destaque para o Twitter.
Desenvolveu-se também um movimento denominado “cultura stan”, onde muitos fãs comunicam, comportam-se e identificam-se de formas específicas. Ser um “stan” implica geralmente unir-se ao fandom de um artista em particular e criar uma comunidade com outros “stans” que partilham da mesma paixão.
O que fazem os Stans?
A maioria dos fãs online faz parte de um grupo conhecido como “Stan Twitter”. O anonimato, juntamente com a possibilidade de interagir diretamente com celebridades, fez do Twitter o lugar predileto dos “stans” para se encontrarem.
É comum que os “stans” não utilizem informações pessoais nos seus nomes de utilizador no Twitter. Em vez disso, costumam criar um nome e usar uma imagem de perfil relacionada com a celebridade que admiram.
Os “stans” são frequentemente capazes de organizar e criar movimentos de grande escala que têm um impacto imediato nas redes sociais. As atividades que realizam para apoiar os seus artistas preferidos incluem:
- Ouvir repetidamente ou comprar novas músicas e álbuns para que alcancem posições mais elevadas nas tabelas musicais.
- Publicar ou tweetar regularmente sobre o seu artista predileto para aumentar a sua visibilidade.
- Criar e divulgar hashtags, tendências e memes.
- Participar em campanhas de apoio e angariação de fundos para causas de caridade que os seus artistas preferidos apoiam.
- Envolver-se em “stanwars”, que consistem em discussões com fãs de outros artistas que são considerados rivais.
- Defender o seu artista preferido em caso de controvérsias ou escândalos.
Os “stans” também gostam e respondem frequentemente às publicações de celebridades nas redes sociais. Muitos participam em atividades mais reservadas, como criar memes e partilhar piadas internas com outros membros da comunidade.
Um aspeto peculiar da cultura “stan” é o uso de “fancams”, que são pequenos vídeos de estrelas pop coreanas a dançar. Os “stans” usam-nos para responder a publicações variadas, com o intuito de mostrar as habilidades performáticas destes artistas.
Stans e a Cultura Online
Os “stans” tiveram um impacto significativo na cultura da internet em geral. O exemplo mais evidente é o uso generalizado da “linguagem stan”, um conjunto de expressões frequentes no Stan Twitter. Exemplos incluem “bop” (uma música pop agradável) e “sis” (abreviação de “sister”).
Nos últimos anos, no entanto, a comunicação social tem enfatizado o lado tóxico da cultura “stan”. Devido ao anonimato, ao isolamento e à dedicação excessiva, alguns “stans” envolvem-se regularmente em atividades negativas, como insultos, exposição de informações pessoais, bullying e assédio a outras pessoas online.
Por outro lado, muitos artistas apreciam este nível de interação e identificação por parte dos seus fãs. Esta cultura também pode ser especialmente positiva quando os fãs utilizam a sua influência e organização para se envolverem em causas políticas ou angariação de fundos para instituições de caridade.