Estudo identifica 5 perfis de sono: entenda o seu

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By luis

A investigação científica recente iluminou uma compreensão mais nuançada do sono, indo além das categorizações simplistas de dormidores “bons” ou “ruins”. Um novo estudo, publicado na PLOS Biology, identificou cinco perfis de sono distintos, cada um potencialmente correlacionado com padrões únicos de humor, função cognitiva e saúde geral. Esta abordagem multidimensional sugere que o tratamento de distúrbios do sono pode exigir estratégias personalizadas em vez de intervenções universais.

A pesquisa, que analisou dados de mais de 700 adultos saudáveis com idades entre 22 e 36 anos, coletou informações extensas abrangendo hábitos de sono auto-relatados, humor, traços de personalidade, indicadores de saúde física, resultados de testes cognitivos e imagens cerebrais. As descobertas indicam que as diferenças individuais no sono vão além da duração e qualidade, revelando interdependências complexas entre padrões de sono, bem-estar mental, níveis de estresse, escolhas de estilo de vida e atividade neurológica. Isso sugere que o que constitui sono “ótimo” ou “subótimo” pode variar significativamente de pessoa para pessoa.

O estudo delineou cinco perfis principais de sono:

  • LC1: Sono Ruim e Sofrimento Psicológico: Este grupo experimenta desafios significativos para iniciar ou manter o sono, sentindo-se frequentemente não descansado e fatigado durante o dia. Eles também relatam níveis mais elevados de ansiedade e depressão.
  • LC2: Sintomas Psicológicos com Sono Resiliente: Indivíduos nesta categoria exibem sinais de estresse ou baixo humor, mas não relatam distúrbios em seus padrões de sono. Isso sugere um grau de “resiliência do sono”, onde desafios emocionais não necessariamente interrompem a continuidade do sono.
  • LC3: Sono Dependente de Medicação: Este perfil é caracterizado pelo uso frequente de auxiliares de sono. Embora os participantes frequentemente relatem boa saúde física e fortes conexões sociais, avaliações cognitivas podem revelar declínios menores na memória e na consciência emocional.
  • LC4: Duração Curta do Sono: Definido por dormir menos de seis a sete horas por noite, este grupo pode nem sempre perceber conscientemente os efeitos da redução do sono. No entanto, eles tendem a ter um desempenho menos eficaz em tarefas que exigem atenção e memória, alinhando-se com pesquisas estabelecidas sobre as consequências cognitivas da privação crônica de sono.
  • LC5: Sono Fragmentado ou Perturbado: Este perfil abrange indivíduos que experimentam despertares noturnos frequentes ou dificuldades respiratórias durante o sono. Essas interrupções do sono estão associadas a aumento da ansiedade, problemas de uso de substâncias e desempenho cognitivo diminuído, ressaltando a ligação bem documentada entre a qualidade do sono e resultados de saúde mais amplos.

Embora a metodologia do estudo envolvesse análises complexas e multimedidas que não são facilmente replicáveis por indivíduos, os perfis identificados oferecem padrões reconhecíveis. Por exemplo, alguém que experimenta ansiedade pré-sono pode se alinhar com LC1, enquanto um indivíduo que dorme profundamente, mas se sente mentalmente tenso, pode se assemelhar a LC2. Aqueles que dependem de auxiliares de sono podem encontrar semelhanças com LC3, indivíduos que dormem consistentemente apenas algumas horas podem se relacionar com LC4, e aqueles que acordam frequentemente ou experimentam ronco podem se enquadrar em LC5.

Essas descobertas têm implicações significativas para a forma como os problemas de sono são abordados. A pesquisa sugere fortemente que uma abordagem única para a melhoria do sono é insuficiente. Em vez disso, as estratégias devem ser adaptadas às necessidades individuais, considerando não apenas a duração do sono, mas também a interação entre o estado emocional, as rotinas diárias e a saúde física.

Para melhoria prática, o foco na higiene básica do sono continua sendo fundamental. Garantir tempo adequado na cama para atingir as horas de sono alvo (por exemplo, permitir oito horas para uma meta de sete horas de sono) e manter um horário de sono-vigília consistente são primordiais. Otimizar o ambiente de sono – um quarto fresco, escuro e silencioso – também é crucial. Limitar a exposição a telas antes de dormir pode impactar positivamente a liberação natural de melatonina pelo corpo, e evitar longos cochilos diurnos pode facilitar o sono noturno. Práticas complementares como atividade física regular, mindfulness e yoga podem apoiar ainda mais a qualidade do sono. Para problemas persistentes, a consulta a um médico de atenção primária é recomendada para descartar condições médicas subjacentes e desenvolver planos eficazes de gerenciamento do sono.