Secretário de Energia dos EUA chama net zero 2050 de ‘tremendo desastre’

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By luis

O Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, incendiou um debate global sobre política climática ao rejeitar publicamente a ambiciosa meta de alcançar emissões líquidas zero até 2050. Sua caracterização da meta como um “colossal desastre ferroviário” e um “monstruoso programa de empobrecimento humano” ressalta uma divergência significativa na forma como as principais economias podem abordar a ação climática e as estratégias de transição energética, potencialmente impactando a cooperação internacional e os fluxos de investimento.

Essas observações críticas, inicialmente compartilhadas durante uma entrevista ao Financial Times, precedem a participação planejada do Secretário Wright na conferência de energia Gastech em Milão, Itália, ao lado do Secretário do Interior Doug Burgum. O momento sugere um movimento estratégico para moldar o discurso sobre política energética e compromissos ambientais em uma plataforma internacional, destacando uma postura em evolução de uma grande potência econômica global.

O conceito de emissões líquidas zero refere-se ao equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera e a quantidade removida. Atualmente, mais de 140 nações, incluindo grandes emissores como os EUA, a Índia e a União Europeia, comprometeram-se com metas de emissões líquidas zero em diversos prazos. Esse compromisso coletivo é amplamente impulsionado pelo limite crítico do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, uma meta que as emissões globais de carbono devem atingir por volta de meados do século, de acordo com análises da Energy and Climate Intelligence Unit. Alcançar isso geralmente implica que nações de alta renda atinjam emissões líquidas zero até 2050 ou antes, enquanto países de baixa renda visam as décadas de 2050 ou 2060.

O Secretário Wright, ex-executivo do setor de petróleo e gás, reconhece as mudanças climáticas como um desafio global genuíno que merece atenção. No entanto, ele vocaliza simultaneamente forte oposição ao que ele chama de “alarmistas climáticos”, indicando uma perspectiva política que prioriza a segurança energética e a estabilidade econômica ao lado das preocupações ambientais. Essa postura posiciona seu departamento para potencialmente defender portfólios de energia diversificados, incluindo a dependência contínua de combustíveis fósseis, como uma necessidade de transição.

Por outro lado, a comunidade científica contestou veementemente as afirmações de Wright, rotulando-as como uma “regurgitação de pontos de discussão desinformativos”. O consenso entre os cientistas reforça que as atividades humanas, particularmente a queima extensiva de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás, são os principais impulsionadores das mudanças climáticas. Esse desacordo fundamental entre um alto funcionário dos EUA e o consenso científico pode introduzir complexidades nas negociações climáticas internacionais e nos quadros de política energética doméstica.

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