Uma disputa trabalhista significativa paralisou quase por completo as operações da Air Canada, perturbando gravemente as viagens aéreas nacionais e deixando dezenas de milhares de passageiros retidos. A greve em curso dos comissários de bordo da companhia aérea, iniciada no fim de semana, desafia tanto a continuidade operacional da transportadora quanto a estabilidade econômica mais ampla que poderia ser afetada por uma ação industrial tão generalizada. Esta situação sublinha o equilíbrio crítico entre as exigências de compensação dos funcionários e a continuidade dos serviços essenciais, provocando a intervenção governamental.
A paralisação, que teve início na manhã de sábado, resultou na paralisação da maioria dos cerca de 700 voos diários da Air Canada. Esta ação industrial levou ao cancelamento imediato de centenas de voos programados, impedindo mais de 100.000 passageiros de viajar e forçando a companhia aérea a abandonar o seu planeado reinício de serviço. O Sindicato Canadense de Funcionários Públicos (CUPE), que representa mais de 10.000 comissários de bordo, iniciou a greve principalmente devido à compensação por deveres em solo, afirmando que os membros são pagos apenas quando uma aeronave está em movimento, não para o embarque pré-voo, desembarque pós-voo ou atrasos em solo.
- A paralisação começou no sábado de manhã, paralisando a maioria dos voos diários da Air Canada.
- Centenas de voos foram cancelados, impactando mais de 100.000 passageiros.
- O CUPE, representando mais de 10.000 comissários, iniciou a greve.
- A principal reivindicação é a compensação por todas as atividades em solo.
- Os comissários afirmam que não são pagos por tarefas realizadas enquanto a aeronave está parada.
Intervenção Governamental e Posição Sindical
Em resposta à crescente interrupção, a Reuters informou que o governo do Primeiro-Ministro Mark Carney interveio no sábado, solicitando ao Conselho Canadense de Relações Industriais (CIRB) que impusesse arbitragem vinculativa. O CIRB subsequentemente emitiu uma ordem para que os comissários de bordo retornassem ao trabalho, que o CUPE instou seus membros a desafiar. O sindicato articulou sua posição, afirmando que contestaria a ordem do CIRB, considerando-a “flagrantemente inconstitucional” e uma violação dos direitos da Carta de seus membros, 70% dos quais são mulheres, que supostamente são forçadas a realizar horas de trabalho não remunerado por turno. A lei trabalhista canadense permite solicitações governamentais de arbitragem vinculativa através do CIRB para salvaguardar a economia, e o governo mantém opções como buscar uma ordem judicial para cumprimento ou uma audiência acelerada. O CUPE indicou sua prontidão para retornar à mesa de negociações para o que denomina um “acordo justo”, em vez de depender da intervenção governamental.
Disputa Sobre os Termos de Compensação
O cerne da disputa concentra-se nos termos de compensação. O CUPE exige salários horários integrais para todos os deveres em solo, enfatizando que as negociações têm ocorrido intermitentemente por meses sem resolução sobre este ponto chave. A Air Canada, por outro lado, declarou que seu pacote de compensação proposto aumentaria a remuneração geral em 38% ao longo de quatro anos. A companhia aérea argumenta que esta oferta posicionaria seus comissários de bordo como os mais bem remunerados no Canadá, alegando que sua tripulação de cabine já ganha significativamente mais por hora do que seus colegas em sua maior concorrente doméstica. A oferta da Air Canada inclui taxas horárias que podem subir para C$94 (aproximadamente US$69) no primeiro ano, representando um aumento de 12% a 16%, incorporando tanto aumentos salariais base quanto uma nova fórmula de pagamento em solo. Até 2027, a empresa projeta que comissários de bordo seniores poderiam ganhar uma média de C$87.000 (cerca de US$63.000) anualmente, com uma parcela substancial excedendo C$90.000 (aproximadamente US$65.700). Apesar da greve, a Air Canada afirma que “permanece engajada e comprometida em negociar” um acordo coletivo renovado com o CUPE.
Interrupção Operacional e Impacto nos Clientes
Enquanto a greve continua, a Air Canada aconselhou os clientes afetados a não irem aos aeroportos, a menos que possuam um bilhete confirmado com outra companhia aérea. A transportadora está oferecendo várias opções para aqueles com voos cancelados, incluindo reembolsos integrais ou créditos para viagens futuras, e está tentando realocar passageiros em outras companhias aéreas, embora a capacidade permaneça severamente restrita devido à alta temporada de verão. O impasse em curso sublinha os desafios econômicos e logísticos significativos que uma ação industrial em larga escala pode impor aos setores de infraestrutura crítica.