Controles de Exportação de Tecnologia dos EUA e a Ascensão da IA Chinesa
Reavaliação das Capacidades de Inteligência Artificial da China
A eficácia dos controles de exportação de tecnologia dos EUA sobre a China está sob crescente escrutínio, particularmente no que diz respeito aos avanços em inteligência artificial. David Sacks, que assessora a Casa Branca do Presidente Donald Trump em políticas de criptoativos e IA, articulou recentemente uma avaliação crítica: as capacidades de IA da China estão muito mais próximas da paridade com os Estados Unidos do que se estimava anteriormente. Essa reavaliação sugere que a estratégia atual de Washington, destinada a conter o progresso tecnológico de Pequim, pode, inadvertidamente, estar acelerando a autossuficiência da China e sua penetração no mercado global.
Durante uma entrevista à Bloomberg Television, Sacks sublinhou uma mudança significativa no cenário competitivo, destacando que empresas de tecnologia chinesas, incluindo a Huawei Technologies e várias empresas de IA, estão rapidamente diminuindo a lacuna tecnológica. Ele citou especificamente a DeepSeek, uma empresa de IA sediada na China, cujo recente lançamento de um modelo principal demonstrou a autoridades dos EUA que o desenvolvimento de IA da China estava atrasado em “meses”, não em “anos”, como era o pressuposto dominante. Essa revelação desafia diretamente a premissa que sustenta as rigorosas restrições a semicondutores.
Estratégia de Exportação de Tecnologia: Um Apelo à Calibração
Sacks foi particularmente crítico da “regra de difusão de IA” da administração anterior, que buscava restringir o compartilhamento e o treinamento de modelos de IA através das fronteiras, considerando-a excessivamente abrangente e ineficaz. Essa regra, ele observou, foi revogada no mês passado, após o retorno da administração Trump. Sacks defende uma estratégia de exportação mais calibrada, enfatizando que uma abordagem nuançada é essencial para evitar alienar aliados e, inadvertidamente, fortalecer a posição da China nos mercados globais.
Ele argumentou que, embora a tecnologia crítica de semicondutores americana não deva ser fornecida à China, um “regime globalizado sobre cada transação de GPU” é desnecessário para alcançar os objetivos de segurança nacional. Medidas excessivamente restritivas, alertou Sacks, poderiam levar nações aliadas a buscar hardware de entidades chinesas como a Huawei, expandindo assim a participação de mercado global da China em setores anteriormente dominados por empresas americanas. Esse risco sublinha o delicado equilíbrio entre salvaguardar a vantagem tecnológica e manter a liderança no mercado global.
O Cenário da Regulação de Criptomoedas
Avanços na Regulação de Stablecoins nos EUA
Além da política de exportação de tecnologia, Sacks também abordou o cenário em evolução da regulação de criptomoedas. Ele reconheceu a recente aprovação de um projeto de lei sobre stablecoins no Senado como um passo crucial para a legislação financeira dos EUA. Esse desenvolvimento, ele acredita, fornece a tão necessária clareza regulatória para a indústria de criptoativos, um fator que há muito tem dificultado sua adoção generalizada.
A legislação sobre stablecoins, segundo Sacks, está pronta para encorajar um maior engajamento de instituições financeiras tradicionais e bancos, promovendo um ambiente mais confiante para trabalhar com ativos digitais. Ele postula que tais estruturas regulatórias poderiam reforçar a posição global do dólar americano e integrar mais instituições americanas na crescente economia cripto. No entanto, o processo legislativo permanece incompleto, pois a Câmara dos Representantes ainda deve determinar se adotará a versão do Senado ou buscará um compromisso revisado.