Os AirPods conquistaram um lugar de destaque entre os produtos mais desejados da Apple. No entanto, para quem os utiliza diariamente com grande frequência, é importante ter em mente que as suas baterias, não substituíveis, têm uma durabilidade limitada a alguns anos.
Com pouco mais de dois anos no mercado, os AirPods têm sido alvo de um número crescente de queixas relacionadas com a duração da bateria, especialmente por parte de utilizadores que os usam por longos períodos diariamente. Este uso intensivo leva a uma redução da capacidade da bateria ao longo do tempo. Infelizmente, a solução para este problema acaba por ser a substituição completa dos AirPods.
Esta necessidade de descarte pode parecer drástica, mas a realidade é que as baterias, tanto dos fones como do estojo de carregamento, não podem ser trocadas. Assim, quando os AirPods já não conseguem manter uma carga adequada, tornam-se efetivamente lixo eletrónico.
AirPods: Projetados para Descartar, Não para Reparar
A principal razão pela qual a substituição das baterias dos AirPods é inviável reside no facto de estes dispositivos não terem sido concebidos para serem reparados. A Apple não apenas tornou a sua reparação difícil, como os projetou para serem descartáveis, ou seja, em caso de quebra ou bateria inutilizável, a solução é adquirir um novo par.
Uma análise da desmontagem dos AirPods realizada pelo iFixit revela que todos os componentes são colados, tornando a remoção da bateria impossível sem danificar o dispositivo. O mesmo se aplica ao estojo de carregamento. O iFixit afirma no seu blog que “Aceder a qualquer componente, incluindo as baterias, é impossível sem destruição total”.
Apesar de a Apple oferecer serviços de reparação para AirPods, é muito provável que a empresa simplesmente troque os dispositivos por novos, dado que não é possível realizar a substituição das baterias dos auriculares. O “serviço de bateria” da Apple não envolve, na realidade, a troca da bateria.
O custo da reparação dos AirPods fora da garantia é praticamente o mesmo de um par novo. Desta forma, mesmo que o cliente não esteja a descartar os seus AirPods diretamente, a Apple acaba por fazê-lo quando os recebe para “reparação”, o que é bastante conveniente para a empresa.
O Problema do Lixo Eletrónico
Muitos utilizadores habituais de AirPods estão dispostos a gastar aproximadamente 160 dólares a cada 2-3 anos para manter a sua experiência sem fios. No entanto, o maior problema não é o custo para o consumidor, mas o lixo eletrónico desnecessário gerado.
Além de não serem reparáveis, os AirPods também não são recicláveis. O processo de extração dos materiais seria tão demorado e caro que não compensaria os custos para as empresas de reciclagem.
Considerando o destaque que a Apple dá à reciclagem, a postura da empresa em relação aos AirPods parece contraditória.
Um Problema que se Estende a Outros Dispositivos
Não se trata apenas de um problema da Apple. Os concorrentes dos AirPods também criam produtos difíceis de reparar ou reciclar. A miniaturização e a compactação dos componentes tornam cada vez mais complexa a reparação e a reciclagem eficaz de dispositivos.
Este problema não se limita aos pequenos fones sem fios. Afeta praticamente qualquer dispositivo com um grande número de componentes, tornando a extração individual de peças impraticável, sem destruir todo o aparelho.
Apesar de dispositivos como smartphones, tablets e computadores não serem tão problemáticos como os AirPods, visto que permitem a substituição de alguns componentes, incluindo a bateria, o número de dispositivos descartáveis está a aumentar. Esta tendência não é apenas prejudicial para o ambiente, mas também para a carteira dos consumidores.