Modifique seu Nintendo Switch? Saiba os riscos e como fazer!

O Nintendo Switch é um console interessante, mas já se imaginou explorando ainda mais o seu potencial? Alguns usuários optam por modificar seus consoles, instalando firmwares personalizados para habilitar softwares não oficiais. Apesar de não recomendarmos essa prática, vamos explicar como ela geralmente é feita.

Antes de se aventurar na modificação do seu Switch, é crucial refletir cuidadosamente se os riscos envolvidos justificam a ação.

Por que Desaconselhamos a Modificação

Reiteramos que não recomendamos a modificação do seu Nintendo Switch. Veja alguns dos problemas que podem surgir ao realizar esse procedimento:

  • Existe o risco de inutilizar o seu Nintendo Switch, transformando-o em um objeto sem função.
  • A Nintendo pode banir sua conta online, bloqueando o acesso a todas as suas compras de jogos e conteúdos digitais.
  • Seu console Nintendo Switch pode ser impedido de se conectar aos serviços online da Nintendo.

Se, mesmo assim, você tiver interesse em saber como modificar um Nintendo Switch para usar softwares não licenciados, continue lendo para entender o processo.

Por que Alguém Modificaria Seu Switch?

O processo de instalar um firmware modificado, conhecido como hacking ou modding, assemelha-se bastante ao jailbreak de um iPhone. O objetivo final é instalar um software no console que remove as restrições impostas pelo fabricante.

No caso da Apple, isso possibilita modificar o sistema iOS, instalar aplicativos de fontes não oficiais e acessar áreas do sistema que geralmente são restritas. O mesmo ocorre no Nintendo Switch: você passa a utilizar uma versão customizada do firmware da Nintendo. Em teoria, isso deve manter a compatibilidade com jogos e softwares originais, ao mesmo tempo em que permite o uso de softwares de outras fontes que não a eShop ou cartuchos físicos.

“Homebrew” é o termo utilizado para descrever softwares desenvolvidos por usuários. Esses softwares abrem a porta para ações que a Nintendo não permite. A mais notória delas é a instalação de softwares de origens duvidosas, incluindo jogos piratas.

Um Switch modificado também permite instalar emuladores, possibilitando desfrutar de jogos clássicos de consoles antigos, computadores e fliperamas. Embora plataformas mais modernas e exigentes como o Dreamcast apresentem desafios, sistemas mais antigos como SNES e Nintendo DS funcionam sem problemas. Existe até mesmo uma versão confiável do emulador de PlayStation original, o PCSX.

Modders também conseguiram portar sistemas operacionais completos para o Switch, incluindo Ubuntu Linux, uma versão do Linux focada em emulação chamada “Lakka” e até mesmo o Android.

A cena homebrew trouxe o Super Mario 64 para o Switch. É algo incrível. pic.twitter.com/P8iuGh3g5p

Como modificar um console em desenvolvimento ativo é uma disputa constante com a Nintendo, muitos aplicativos não oficiais visam proteger o Switch da vigilância da empresa. Isso inclui aplicativos para fazer backups e restaurar dados, bloquear atualizações automáticas e facilitar futuros procedimentos de jailbreak.

Outra razão para modificar seu Switch é o fator diversão! Se você gosta de desmontar as coisas e entender como funcionam, essa prática pode ser interessante para você. Talvez você goste do desafio de criar seus próprios aplicativos não oficiais.

Um Alerta Importante

Modificar um Nintendo Switch não é para todos. A maioria dos proprietários que simplesmente desejam jogar devem evitar esse tipo de procedimento. Aqueles que não compreendem completamente o processo também devem ter muita cautela. Se não há um motivo convincente para fazer o jailbreak, é melhor não se arriscar.

Existe um pequeno risco de que, ao realizar a modificação, você inutilize seu console. Se você tiver apenas um Switch, o risco não compensa. Caso possua um segundo e não se importe em perdê-lo, pelo menos terá seu Switch principal funcionando se algo der errado.

Naturalmente, a Nintendo não aprova a instalação de softwares não licenciados em seus consoles. Além de possibilitar a pirataria de jogos, essa prática também permite a modificação de arquivos para obter vantagens injustas. Por exemplo, você pode editar saves para manipular rankings ou instalar emuladores, algo contra o qual a Nintendo luta há anos. Também existe o risco de instalar softwares maliciosos, já que aplicativos não oficiais não são verificados pela Nintendo.

Se a Nintendo detectar um firmware personalizado no seu Switch, você pode ser permanentemente banido dos serviços online. As consequências são severas: você perderá acesso à sua biblioteca de jogos comprados na eShop e não poderá mais utilizar o Nintendo Switch Online, o que significa que você não terá acesso às comunidades online e ao matchmaking de jogos como Mario Maker 2.

A Nintendo já demonstrou estar disposta a banir consoles e contas por diversas infrações. Um banimento de conta permite que você “recomece” com uma nova conta no mesmo console, mas perderá todos os seus jogos e serviços associados. Já o banimento de hardware impede que o console se conecte aos serviços online novamente.

Mesmo se você tiver um Switch adicional para “sacrificar”, é recomendável desvinculá-lo de sua conta principal da Nintendo antes de se aventurar na cena de homebrew.

Seu Switch É Compatível?

Nem todos os consoles Switch são vulneráveis ao hack. Em abril de 2018, uma falha de segurança foi descoberta no chipset Tegra X2 customizado utilizado pela Nintendo. A NVIDIA, fornecedora dos chips, reconheceu a vulnerabilidade:

“Uma pessoa com acesso físico a processadores Tegra mais antigos pode se conectar à porta USB do dispositivo, ignorar a inicialização segura e executar códigos não verificados.”

A exploração se baseia em uma falha de hardware, o que significa que as versões posteriores do Tegra X2 utilizado no Switch foram corrigidas. Se você possui um Nintendo Switch fabricado após abril de 2018, é provável que não seja possível modificá-lo.

Para ter certeza, você pode verificar o número de série na parte inferior da unidade, próximo à porta de carregamento. Compare seu número de série com as informações neste tópico do GBATemp para saber se ele pode ser modificado. Existem três categorias: não corrigido (explorável), corrigido (não explorável) e possivelmente corrigido.

Caso seu console se enquadre na categoria “possivelmente corrigido”, será necessário testar a exploração e verificar se ela funciona.

O Nintendo Switch Lite e os consoles “Mariko” (lançados em agosto de 2019) também foram corrigidos e, portanto, não podem ser utilizados com essa exploração. Se você tem um Switch original sem correção, está com sorte! Como se trata de uma falha de hardware, a Nintendo não pode corrigi-la por meio de atualizações.

É claro que você também pode adquirir um Switch vulnerável se ainda não tiver um. Basta usar o tópico do GBATemp para comparar os números de série com as linhas de produtos corrigidas e não corrigidas. Você também pode testar a vulnerabilidade de um console sem danificá-lo.

Se o seu Switch não for vulnerável atualmente, não há muito que você possa fazer. Fique atento à cena de hacking, pois novos métodos de exploração estão sempre sendo descobertos. Isso inclui modificações de hardware como SX Core e SX Lite para consoles que não podem ser modificados por outros meios.

Hacking do Seu Switch

Para modificar seu Switch, você vai precisar dos seguintes itens:

  • Um Nintendo Switch sem correção e vulnerável.
  • Um cartão microSD de 64GB ou mais (4GB pode funcionar, mas 64GB é mais recomendado).
  • Um jig RCM ou outro método para aterrar o pino 10 no JoyCon direito (mais detalhes abaixo).
  • Um cabo USB-C para conectar o Switch ao computador (USB-A ou USB-C) ou a um dispositivo Android, se você estiver usando um.

A exploração mais comum é conhecida como “fusee-gelee”, que funciona com todas as versões de firmware do Switch, desde que o console seja vulnerável. Outras explorações, como Nereba e Caffeine, são limitadas a versões específicas de firmware.

Você pode acompanhar um guia completo de como fazer o hacking no seu Switch através do NH Switch Guide, que oferece instruções detalhadas para diversos sistemas operacionais. Entretanto, vamos apresentar um breve resumo do processo a seguir.

Essa exploração utiliza o modo de recuperação (RCM) integrado no Tegra X2. Para acessar esse modo, é necessário pressionar os botões de aumentar o volume, ligar/desligar e o botão “home”. Este não é o botão home do JoyCon, mas sim um botão home físico e “escondido”.

com o jig, é só deslizá-lo para dentro e para fora, existe metal no interior que faz a ponte entre os pinos, que é tudo o que é preciso para entrar no RCM pic.twitter.com/NyN7sgFMoi

Para fazer isso, será necessário aterrar o pino 10 no trilho do JoyCon direito usando um jig RCM. Existem várias maneiras de criar um jig RCM, e algumas são mais permanentes do que outras. Se você fizer isso incorretamente, pode danificar ou inutilizar seu Switch de forma permanente.

Após entrar no modo RCM, você pode baixar o Hekate (um bootloader customizado) para a raiz do seu cartão microSD e inseri-lo no seu Switch. Use seu dispositivo preferido para injetar a carga, particionar o cartão microSD e baixar e copiar seu firmware customizado.

Em seguida, é recomendável fazer um backup NAND e obter as chaves exclusivas do seu console. Essas informações podem ser úteis caso algo dê errado e seja necessário restaurar seu Switch.

Finalmente, você pode inicializar no modo RCM usando o jig, injetar a carga e, usando o Hekate, executar o firmware customizado de sua escolha.

Seguindo o NH Switch Guide, você acaba usando o firmware customizado Atmosphere. Ele apresenta um menu homebrew e diversos aplicativos personalizados, incluindo:

  • hbappstore: Uma loja de aplicativos homebrew, semelhante ao Cydia para iPhones com jailbreak.
  • Checkpoint: Um gerenciador de save games.
  • NX-Shell: Um explorador de arquivos.
  • NXThemeInstaller: Um aplicativo para instalar temas personalizados.
  • Atmosphere-updater: Um aplicativo para manter o seu firmware customizado sempre atualizado.

Use a pasta “switch” no seu cartão microSD para transferir os aplicativos homebrew com extensão .NRO que você deseja utilizar no seu Switch.

Lembre-se que este é um jailbreak “untethered”, o que significa que você pode reiniciar o console para retorná-lo ao seu estado não modificado. Para voltar ao modo homebrew, será necessário iniciar o RCM, injetar a carga e executar o firmware customizado.

Cuidado ao Proceder

O Nintendo Switch está em um momento especial. Estamos no meio do ciclo de vida do console, que continua sendo muito procurado.

Apesar dos três primeiros anos de sucesso da Nintendo, ainda há grandes exclusivos de primeira linha no horizonte, incluindo a sequência de Breath of the Wild, um novo Metroid Prime e o recentemente anunciado Paper Mario: The Origami King.

Portanto, arriscar seu Switch em um período tão importante de seu ciclo de vida não parece sensato, a menos que você possua uma unidade reserva para sacrificar. Mesmo assim, talvez seja melhor utilizar um clone de Switch mais em conta. Se você está ansioso para modificar algo, que tal o dock do Switch, em vez do console?