A evolução dos monitores tem sido notável nos últimos anos. Se a sua atenção se focou em outros componentes, talvez esteja a perder as vantagens de um monitor mais moderno. Descubra o que tem perdido!
Monitores IPS com latência de 1 ms: Uma realidade
Antes, quem procurava um monitor com latência extremamente baixa tinha de optar por um painel TN. A maioria dos monitores integra um de três tipos de painéis: TN, IPS e VA, cada um com as suas vantagens e desvantagens.
Os painéis TN eram populares pelo seu tempo de resposta ultrarrápido de um milissegundo, resultando num atraso quase impercetível entre o teclado e o ecrã, minimizando o efeito fantasma e o desfoque de movimento. Contudo, os ângulos de visão e a reprodução de cores deixavam a desejar.
Os painéis IPS vieram para resolver estes dois problemas. Além de oferecerem um contraste superior (com pretos mais profundos), proporcionam ângulos de visão muito mais amplos. O único senão era a latência, que, até recentemente, se situava nos 4 milissegundos ou mais.
Tudo mudou em junho de 2019, quando a LG lançou, durante a E3, uma nova linha de ecrãs “Nano IPS”. Estes foram os primeiros painéis IPS com latência de 1 milissegundo. Agora, os jogadores já não precisam de sacrificar a qualidade de cor ou os ângulos de visão em prol do desempenho.
Atualmente, a LG oferece dois monitores Nano IPS: o UltraGear curvo de 38 polegadas 21:9 com 144 Hz, mais sofisticado, por 1799 dólares, e o UltraGear de 27 polegadas 16:9 com 144 Hz, mais acessível, por 499 dólares.
Taxas de atualização cada vez mais elevadas
A taxa de atualização indica quantas vezes um monitor atualiza a imagem por segundo. Uma taxa de 60 Hz significa que o monitor atualiza o ecrã 60 vezes por segundo. Apesar de 60 Hz serem adequados para o uso geral, os monitores com taxas de atualização superiores tornam-se cada vez mais comuns.
Há poucos anos, 144 Hz era a referência para os jogadores. Hoje, 240 Hz já não são raros, e alguns monitores atingem os 280 Hz. Quando usado com um PC suficientemente potente, um monitor de alta taxa de atualização pode revolucionar a experiência de jogo.
A suavidade é a principal vantagem. Ao passar de 60 para 240 Hz, o monitor atualizará a imagem quatro vezes mais depressa. Isso será percetível em todas as tarefas, desde o movimento do cursor e a navegação na web até aos jogos.
Será uma necessidade? Não. Mas é bom ter? Sim. Será capaz de voltar a usar um monitor com uma taxa de atualização inferior? Provavelmente não. Os monitores de alta taxa de atualização são direcionados aos jogadores, especialmente os competitivos, que procuram todas as vantagens possíveis.
Felizmente, não é preciso gastar muito dinheiro. Monitores TN económicos oferecem algumas das taxas de atualização mais elevadas, mas com desvantagens na reprodução de cores e ângulos de visão. Se optar por um painel IPS, certifique-se de que a latência é a mais baixa possível (idealmente, 1 milissegundo) para evitar o efeito fantasma ou o desfoque de movimento.
Um único monitor ultralargo em vez de dois
Em geral, um monitor ultralargo refere-se a qualquer ecrã com uma proporção de 21:9. Para comparação, os ecrãs panorâmicos tradicionais têm uma proporção de 16:9, enquanto o iPad utiliza a proporção de 4:3 dos televisores CRT antigos.
Devido à sua largura superior, um monitor ultralargo pode substituir dois monitores “normais”. Ao eliminar a moldura entre os ecrãs, a experiência pode tornar-se mais imersiva, sobretudo se o ecrã for curvo.
Os monitores ultralargos nunca foram tão populares ou acessíveis, graças à redução dos custos de produção. Pode adquirir um monitor 21:9 como o Acer XR342CK de 34 polegadas 1440p 100 Hz por menos de 700 dólares. Se não se importar com características como latência ultrabaixa, poderá poupar ainda mais.
No entanto, o formato 21:9 poderá não ser suficiente para si. Se pretende substituir três monitores tradicionais e tem orçamento para isso, pode optar por um monitor super ultralargo de 32:9, como o 49WL95C-W de 49 polegadas da LG, que pode ser seu por cerca de 1500 dólares.
A Samsung, Dell, ASUS e outros fabricantes entraram no mercado de monitores ultralargos recentemente. Estes ecrãs mais largos tendem a sacrificar altas taxas de atualização e latência ultrabaixa em prol da área de ecrã, por isso, tenha isso em mente se procura um monitor para jogos.
Se optar por um monitor ultralargo, tenha em consideração o espaço na sua mesa. Se pretende usar o suporte original, precisa de uma mesa com largura e profundidade suficientes. Uma solução simples é instalar o monitor num suporte VESA, o que também reduz a vibração (sim, os monitores realmente vibram).
Monitores 4K com preços mais acessíveis
Se procura um monitor grande, o 4K é a escolha acertada. Além de oferecer uma resolução superior, o que significa mais espaço no ecrã, pode aumentar o tamanho do monitor para 27 ou 32 polegadas sem sacrificar a qualidade de imagem. Graças à maior densidade de píxeis, a imagem será nítida e os píxeis individuais serão difíceis de detetar.
Se tem um orçamento limitado, não precisa de abdicar do 4K, desde que esteja disposto a fazer alguns compromissos. Os modelos mais económicos costumam ter um tempo de resposta de cerca de 5 milissegundos e taxas de atualização de 60 Hz. Por exemplo, a marca Monoprice vende um ecrã 4K HDR400 certificado de 27 polegadas por menos de 400 dólares.
Ao comprar dentro do orçamento, há outros aspetos a considerar, incluindo a precisão de cores. Se pretende utilizar o monitor para tarefas que envolvam cores, como edição de fotografia, gradação de cor de vídeo ou trabalhos de arte, deverá calibrar o seu monitor com um dispositivo de calibração de cores.
Se estiver disposto a gastar um pouco mais, considere o LG 27UK850, um ecrã 4K com certificação HDR10 e um moderno conetor USB-C. Por cerca de 500 dólares, terá um brilho superior, uma excelente precisão de cores e um controlo de qualidade mais rigoroso do que alguns modelos mais económicos.
Tenha em mente que mesmo os melhores monitores 4K ainda apresentam desvantagens quando comparados com os modelos 1080p e 1440p. O Acer Predator X27, por exemplo, um monitor de 1800 dólares, tem um tempo de resposta de 4 milissegundos e uma taxa de atualização de 120 Hz.
FreeSync e G-Sync cada vez mais comuns
FreeSync e G-Sync são duas tecnologias que reduzem o tearing de ecrã. O “tearing de ecrã” refere-se às linhas horizontais indesejáveis que surgem no ecrã quando a taxa de atualização não está sincronizada com o computador. Ao adaptar a taxa de atualização em tempo real, este problema deixa de existir, uma vez que o ecrã e o computador estarão sincronizados.
Apesar de terem objetivos semelhantes, as duas tecnologias são implementadas de forma diferente. O G-Sync é uma tecnologia proprietária, o que significa que pertence à NVIDIA. É implementado através de um chip de hardware dedicado no monitor, que alivia o esforço da GPU.
O FreeSync, por outro lado, é a tecnologia aberta da AMD. Não utiliza um chip, mas sim uma tecnologia chamada Adaptive Sync integrada no padrão DisplayPort. Requer mais esforço da GPU do que o G-Sync. Além disso, para usufruir desta tecnologia, é necessário utilizar DisplayPort (e não HDMI).
O FreeSync é mais comum nos monitores, dado que é mais fácil de implementar e não requer o pagamento de licença à NVIDIA. No entanto, o FreeSync pode causar efeito fantasma em alguns modelos (um problema raro em monitores G-Sync). Ambas as tecnologias reduzem significativamente a distorção do ecrã e representam uma melhoria considerável relativamente ao V-Sync.
Se é jogador, provavelmente irá querer um monitor com certificação FreeSync ou G-Sync. A boa notícia é que estas tecnologias estão a tornar-se cada vez mais comuns, em modelos de diferentes gamas de preço. Se tem um orçamento limitado, é provável que opte por um monitor FreeSync. No entanto, se tem mais para gastar, poderá obter um melhor desempenho com um monitor G-Sync.
Vale a pena atualizar? Sim!
A atualização não se resume a aumentar a potência bruta. Por vezes, é necessário gastar dinheiro noutros componentes. Um novo monitor pode renovar todo o seu setup e torná-lo mais produtivo. Proporciona também uma experiência mais imersiva, seja a jogar, editar fotografias ou simplesmente a navegar na web.