Casas inteligentes, ou “smarthomes”, assemelham-se a residências comuns, porém, com a
diferença de oferecerem controles adicionais para itens como iluminação, tomadas,
termostatos e muito mais. No entanto, essa complexidade extra requer uma compreensão de
seu funcionamento para otimizar sua experiência.
Já exploramos o conceito de smarthomes, fornecemos dicas sobre hubs,
assistentes de voz
como Alexa e Google Assistant, e como montar um
smarthome econômico. Mas, seja você um iniciante ou um usuário experiente, é fundamental entender a
mecânica dessas casas ao decidir quais dispositivos integrar. E o princípio central dos
smarthomes reside em rádios e “cérebros”.
A Conectividade de Seus Dispositivos Inteligentes é Baseada em Rádio
Os dispositivos que compõem seu smarthome compartilham uma característica comum: um
rádio. Seja por Wi-Fi, Zigbee, Z-wave,
Bluetooth, ou um protocolo proprietário, a diferença crucial entre um dispositivo inteligente e
um convencional é a presença de um rádio.
Contudo, esse rádio não confere inteligência às suas lâmpadas, tomadas ou campainhas.
Sua função é permitir a comunicação. Embora possa parecer que seus dispositivos se
comuniquem diretamente com seu celular ou tablet, geralmente não é assim. E mesmo em
situações como o Bluetooth, esta comunicação é apenas uma etapa. Quase todos os seus
dispositivos inteligentes interagem com um intermediário: o “cérebro” do seu smarthome.
Seu Smarthome Necessita de um “Cérebro”, Às Vezes Múltiplos
Esta imagem ilustra cinco “cérebros” usados na comunicação de um smarthome.
É notório que, ao interagir com seus dispositivos Echo ou Google Home, sua voz é
transmitida aos servidores da Amazon ou Google para interpretação. Sem esse processo, os
assistentes de voz não entenderiam suas instruções. De maneira similar, quase todos os
seus dispositivos inteligentes funcionam. Antes que o vídeo da sua campainha inteligente
chegue ao seu celular, ele passa pelos servidores do fabricante da campainha. Ao
pressionar o botão de desligar no aplicativo Philips Hue, o sinal viaja do smartphone
para o roteador sem fio e para o hub Philips, que então se comunica com suas lâmpadas
Hue para desligá-las.
Considere os servidores ou hubs (e, em alguns casos, ambos) como o “cérebro” do seu
smarthome. É neles que reside a inteligência, não nos próprios dispositivos, nos
aplicativos ou nos controles remotos que você utiliza. Esses servidores e hubs viabilizam
funções extras, além de ligar e desligar, como rotinas, reconhecimento facial,
automações, controle por voz e muito mais.
É importante lembrar que seu smarthome pode ter vários “cérebros”. Seu Google Home se
conecta aos servidores do Google; as lâmpadas Philips Hue, ao hub Philips; a Lutron, ao
seu hub, e assim por diante.
Alguns fabricantes desenvolvem dispositivos que se conectam a hubs universais, como os
dispositivos Z-wave que se integram com o SmartThings ou o Hubitat. Contudo, você pode
ainda precisar dos servidores e hubs da empresa para garantir a interação entre todos os
seus dispositivos. As lâmpadas Philips Hue, por exemplo, podem funcionar com um hub
SmartThings, mas ainda utilizam o hub Philips no processo.
Mais “Cérebros” Significam Mais Dispositivos, Complicações e Potencial Latência
Compreender que seu dispositivo inteligente se comunica com outro elemento (um hub, um
servidor, etc.) é crucial para o bom funcionamento de seu smarthome. Se você deseja
controlar sua casa por voz, mas suas luzes não são compatíveis com Alexa, elas perdem
sua funcionalidade inteligente.
Felizmente, os fabricantes estão cientes dessa necessidade e, geralmente, buscam a
compatibilidade com diversos serviços. Portanto, ao adicionar novos dispositivos, como
sensores de movimento, verifique se eles se comunicam com suas luzes. O mais importante,
preste atenção em como eles interagem.
Cada “cérebro” adicional na cadeia introduz possíveis pontos de falha e aumento de
latência. Por exemplo, se você criar uma rotina para acender as luzes da sala ao chegar
em casa e destrancar a porta, e seu smart lock usar Wi-Fi enquanto as luzes usam Z-wave,
os dados da sua chegada precisam ir do lock para o roteador, para a nuvem do smart lock,
de volta para o roteador, para o hub, e então para as luzes. Cada etapa e decisão
adiciona um delay.
Essas etapas extras podem resultar em latência, que pode variar dependendo da velocidade
da sua internet, dos dispositivos envolvidos e dos servidores e hubs. Um sistema
totalmente local (como um sistema Z-wave operado por um hub sem nuvem como o Hubitat ou
HomeSeer) quase sempre será mais rápido que um sistema baseado na nuvem. No entanto, a
exclusão da nuvem pode limitar a escolha de dispositivos e impedir o controle de voz,
que depende exclusivamente de servidores em nuvem.
Além da má interpretação dos dados, outro problema surge quando um fabricante de
dispositivos encerra suas operações ou altera as permissões de acesso. Seu
hub pode parar de funcionar, ou o serviço que você utiliza (como o Nest) pode cortar o acesso. E seu smarthome pode
deixar de funcionar corretamente por causa disso.
Adicione Dispositivos com Cautela
Escolha um sistema central para controlar seus dispositivos e mantenha-se fiel a ele.
Isso não significa que sua casa não possa ter diversos tipos e fabricantes de rádios.
Às vezes, a melhor solução envolve mudar um pouco o seu sistema atual. Você não
encontrará lâmpadas Ecobee (pelo menos por enquanto), mas isso não significa que não
possa usar outras lâmpadas inteligentes com seu termostato Ecobee.
No entanto, quanto menos “saltos” entre hubs e servidores, melhor será para seu
smarthome. E quando isso for inevitável, escolha um “cérebro” ou “controlador”
principal. O ideal é encaminhar seus dispositivos por meio de um único hub, seja um hub
smarthome ou um assistente de voz. Ao centralizar o controle em um único serviço, você
minimiza a complexidade ao criar rotinas, automações e até mesmo controles básicos.
Para manter o controle das interações de seus dispositivos inteligentes, o melhor é
começar com um bom entendimento de como eles se comunicam e quem controla essas
interações.